16 de dezembro de 2010

SMEL/Karatê é hexacampeã Paranaense Na 5ª e última etapa, Araucária conquistou 31 medalhas de ouro, 12 de prata e 16 de bronze Conquistar um título já é bom, imaginem conquistar seis. Na última etapa do Campeonato Paranaense de Karatê, mais uma vez Araucária dominou e sagrou-se Hexacampeã geral em 2010. A competição aconteceu em Curitiba, no Complexo Esportivo da Paraná Esporte no último sábado (11). Na etapa final, a equipe da Secretaria de Esportes e Lazer (SMEL) competiu com 70 atletas, conquistando um número expressivo de medalhas: 59 no total, sendo 31 de ouro, 12 de prata e 16 de bronze, cravando o nome do município como uma referência do Karatê no estado do Paraná. Para o professor de karatê da SMEL, João Carlin, Araucária está em um nível muito bom no karatê e prova isso através dos títulos, como o hexa no estadual e o título dos Jogos da Juventude. “Para chegar neste estágio é uma soma de fatores. Temos excelentes condições de treinamento, boa parte dos nossos karatecas recebe a Bolsa Atleta e isso reflete nas competições. Temos atletas campeões no brasileiro universitário, participantes do campeonato mundial e bons resultados em todas as categorias”, analisa o professor. E a tendência é que o karatê de Araucária continue crescendo, angariando novos títulos e revelando novos atletas. Tudo isso, segundo o secretário da SMEL, Wanderley Haddad, é fruto de um longo trabalho realizado. “Iniciamos o projeto do Karatê em 2001. Já são nove anos de um trabalho que contribuiu para muitos jovens do município, pois além dos grandes resultados que nossos atletas tem conquistado, o importante é destacar que formamos muitos bons cidadãos que levam o karatê como exemplo de vida”, disse Haddad. Classificação geral 1-Araucária 2-Kodokan Curitiba 3-Campo Mourão Festival de Karatê Aconteceu no domingo (12) o Festival de Karatê para os atletas do projeto Polos Esportivos do Karatê. Cerca de 290 karatecas participaram das atividades, em sua grande maioria, atletas iniciantes. “No Karatê, o Festival é para todos os alunos, mas são as crianças e os iniciantes que mais participam. O nosso objetivo é prepará-los para os campeonatos estaduais e regionais. Assim, eles perdem aquele medo de primeira competição e se prepararam melhor para futuros campeonatos”, conta Carlin. Prefeitura de Araucária Assessoria de Comunicação Social 15 de dezembro de 2010 Contato: 3614-1751 Fotos: Carlos Poly Jornalista: Luiz Fernandes

28 de novembro de 2010

Defender o Município é muito mais que lutar, medalhar, é uma Emoção que nenhum dinheiro no Mundo pode comprar, é lutar até o ultimo segundo, é dar a vida, se precisar morrer no tatame para conseguir uma medalha você é obrigado a fazer isso, dar o sangue mesmo, coração na ponta da luva, bandeira no lado esquerdo do peito, e jamais desistir, isso é a ultima coisa que se deve fazer, porque ser ARAUCÁRIENCE é ser persistente, perseverante, e é por isso que eu vou dizer sou de ARAUCÁRIA e luto até morrer” By:Gabriel. Isso é ARAUCÁRIA KARATÊ CLUB. Obrigado SENSEI pro tudo q vc fez e faz por nós, eu devo muito a vc, OBRIGADO mais uma vez, TE AMO SENSEI.

INFLUENCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO EM ATLETAS DE KARATÊ.

INFLUENCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO EM ATLETAS DE KARATÊ. CURITIBA 2010 FACULDADE DOM BOSCO RODOLFO LAURENTINO PEREIRA ROGÉRIO EMERICK FACULDADE DOM BOSCO RODOLFO LAURENTINO PEREIRA ROGÉRIO EMERICK INFLUENCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO EM ATLETAS DE KARATÊ. Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade Dom Bosco, como requisito parcial à obtenção ao título de Bacharel em Educação Física Orientadora: M.S Keith Sato Urbinati Orientador Metodológico: Luis Guilherme Stival AGRADECIMENTOS Um trabalho desta magnitude, não é feita apenas de meras idéias no papel, mas sim, do imenso auxilio de inúmeras pessoas, envolvidas de certa forma nosso propósito, que engrandeceram ainda mais nosso conhecimento. Primeiramente a Deus, pelas inúmeras oportunidades que nos foram dadas. A M.S Keith Sato Urbinati, pela dedicação, empenho, sendo muito além do que uma simples figura de Professora. Ao Sensei João Carlin Ferreira Padilha, por toda a ajuda, e amor por esta arte marcial, na qual, não mediu esforços para superar os desafios deste caminho percorrido. Ao apoio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Município de Araucária, muito além da estrutura que nos foi oferecida para realização desta. Aos meninos, companheiros atletas, que fizeram parte desta jornada, realizando esta proposta com êxito e orgulho. Desde já, agradecemos a todos que contribuíram de alguma forma, por mais singela, mas especialmente concreta. Rodolfo Laurentino Pereira Rogério Emerick RESUMO O objetivo do presente estudo foi investigar as respostas morfofisiológicas crônicas decorrentes do trabalho de forca máxima e de potencia em atletas de Karate. Participaram do estudo 14 atletas da modalidade Karate, sexo masculino, idade media de 16,7±2,45 anos, atletas que compõem a seleção estadual, federados, nível avançado, praticantes de no mínimo 4 anos, classificados como púberes e,ou pós-puberes. Sujeitos foram submetidos a um programa de 14 semanas de treinamento (4 sem=forca de adaptação, 5sem= forca máxima, 5sem=forca de potencia). Entre cada ciclo de treinamento foram realizados as seguintes avaliações...teste de potencia e capacidade anaeróbia(Wingate test), neuromusculares(1RM – Leg Press e Supino, Impulsão – Horizontal e vertical) Antropometria e composição corporal e simulação de luta com coleta de Lactato, FC, PA, Temperatura. Para analise estatística foi utilizado o pacote estatístico SPSS 15.0, realizou-se analise descritiva com media e desvio padrão, bem como analise de variância, post hoc de Bomferrone (p≤0,05) para verificar se ocorrem diferenças nas variáveis estudadas conforme o ciclo de treinamento. Verificou-se que houve ganhos de força muscular especialmente em membros inferiores e para o treinamento de força explosiva (↑26,92%). Maiores picos de potencia estiveram relacionados ao treinamento de força explosiva. Quanto a composição corporal, observou-se baixos valores de adiposidade e aumento / manutenção da massa magra, valores apropriados para atletas de Karate. Os resultados sugerem que o treinamento de força, em especial o treinamento com características de força explosiva auxiliem no desempenho esportivo de atletas de Karate, na prova Kumite. Palavras chave: Karatê, Kumitê, Força, Treinamento Desportivo. ABSTRACT The aim of this study was to investigate the morphological and physiological responses resulting from chronic work strength and maximum power in karate athletes. The study included 14 athletes of karate, male, mean age 16.7 ± 2.45 years, athletes who make up the selection state, particepated of federation, advanced level, practitioners of at least four years, and classified as pubertal or post -pubertal. Subjects underwent a program of 14 weeks of training (4 = no force of adaptation, 5sem = maximum strength, strength of 5sem = power). Between each cycle of training were conducted the following reviews ... test of power and anaerobic capacity (Wingate test), neuromuscular (1RM - Bench Press and Leg Press, impulsion - Horizontal and vertical) anthropometry and body composition and simulation of fighting with collection Lactate, HR, BP, Temp. For statistical analysis we used SPSS 15.0 statistical package, descriptive analysis was carried out with media and pardrao deviation, as well as analysis of variance, post hoc Bomferrone (p ≤ 0.05) to see if there were differences in the variables studied according to the cycle training. It was found that there were gains in muscle strength in lower limbs and especially for the explosive strength training (↑ 26.92%). Highest peaks of power were related to explosive strength training. As for body composition, we observed low levels of fat and increase / maintain lean body mass, values appropriate for athletes of karate. The results suggest that strength training, especially training with explosive force characteristics help the athletic performance of athletes of karate, kumite in the race. Key words: Karate, Strength, Training of Sports, Kumite. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........................................................................................08 2. OBJETIVOS...............................................................................................09 2.1 Objetivos Gerais............................................................................09 2.2 Objetivos Específicos....................................................................09 3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS................................................................10 3.1 O deporto Karatê..........................................................................10 3.1.1 Histórico.............................................................................10 3.1. 2 O Karatê.............................................................................12 3.1.1.2 Kata.....................................................................12 3.1.2.2 Kumitê.................................................................14 3.1.3 Kumitê e suas características Fisiológicas........................17 3.2 Treinamento Desportivo...............................................................19 3.2.1 Princípios Gerais do Treinamento Desportivo...................20 3.2.2 Desempenho esportivo e componentes de carga.............21 3.2.3 Variáveis do Treinamento..................................................22 3.2.4 Periodização......................................................................27 3.3 Treinamento de Força..................................................................33 3.3.1 Tipos de Contração Muscular............................................34 3.3.2 Aspectos Fisiológicos do Treinamento de Força...............35 3.3.3 Tipos de Força...................................................................38 3.3.4 Metodologia do Treinamento de Força..............................40 3.3.5 Treinamento de Força direcionado a adolescentes...........42 4. METODOLOGIA.........................................................................................44 4.1 Tipo de Pesquisa..........................................................................44 4.2 Área de abrangência....................................................................44 4.3 Responsabilidade dos pesquisadores..........................................44 4.4 População e Amostra...................................................................44 4.5 Obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido........45 4.6 Procedimentos e Instrumentos.....................................................45 4.6.1 Antropometria e Composição Corporal..............................48 4.6.2 Teste de Potência e Capacidade Anaeróbia – Wingate....52 4.6.3 Percepção de esforço e exaustão......................................52 4.6.4 Simulação de Luta.............................................................53 4.6.5 Teste de Força Máxima Dinâmica – 1RM..........................54 4.6.6 Teste de Impulsão Vertical e Horizontal ...........................55 4.6.7. Teste de auto-avaliação de Maturação Sexual..................55 4.6.8 Organização da semana de testes....................................57 4.7 Tratamento dos Dados.................................................................57 4.8 Locais das Etapas da Pesquisa....................................................58 4.9 Detalhamento Financeiro..............................................................58 4.10 Forma de Divulgação dos Dados.................................................59 4.11 Responsabilidade Social..............................................................59 5. ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.........................................60 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................65 7. REFERENCIAS..........................................................................................66 8. ANEXOS.................................................................................................72 1. INTRODUÇÃO O Karatê é uma arte marcial de origem japonesa, que enfatiza além do treinamento físico por meio de suas técnicas fundamentais, uma filosofia embasada na luta sem armas. Uma modalidade que no decorrer de sua história, se inseriu no universo esportivo, em que ocupa uma posição de destaque em todo o mundo. Para tanto, o treinamento voltado a esta pratica esportiva se mostra de fundamental importância, uma vez em que, de acordo com as particularidades do desporto em si, requerem uma preparação psicofísica especial. O Karatê, em sua essência, é um esporte altamente dinâmico, extremamente técnico, caracterizado por atividades de alta intensidade envolvendo chutes e socos, alem de rápidos deslocamentos horizontais (WKF 2009 apud ROCHEL et al 2009). É neste consenso em que a Força se mostra relevante, onde a aplicação vigorosa das técnicas de Karatê depende diretamente dessa capacidade física, ou seja, o foco na utilização eficaz da força é um ponto chave na execução dos fundamentos técnicos do Karatê. Assim, a presente pesquisa se justifica pela necessidade de informações pertinentes a um trabalho de força direcionado a esta modalidade, respeitando os princípios do treinamento desportivo, treinamento de força, além dos aspectos técnico-táticos da própria modalidade, tanto em sua relevância acadêmica e científica, servindo como mais um leque de informações a professores, técnicos e praticantes desta arte marcial, onde supõe se que haverá diferença significativa nos níveis de aptidão física e Força, nos atletas de Karatê participantes do estudo, baseados na periodização proposta. 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Investigar as respostas morfofisiológicas crônicas decorrentes do Trabalho de Forca Máxima e de Potência em atletas de Karatê. 2.2 OBJETIVOS ESPECÌFICOS • Verificar o comportamento das variáveis neuromusculares decorrentes de um programa de Treinamento de Força. • Analisar o comportamento das variáveis Antropométricas e de Composição Corporal decorrentes de um programa de Treinamento de Força. • Mensurar as variáveis de Capacidade e Potência anaeróbia e relacioná-las com as variáveis do Teste força Velocidade. • Classificar os atletas conforme sua maturação sexual a fim de utilizar como critério de inclusão/exclusão, sendo eles classificados como Púberes e Pós-púberes. 3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 3.1 O DESPORTO KARATÊ 3.1.1 HISTÓRICO As origens do Karatê são tão remotas tanto quanto obscuras. Sujeita a mais de mil anos de história, quando Bodhi-Dharma, fundador do zen budismo na Índia, estava no mosteiro Shao Lin, na China, onde ensinava a seus alunos métodos de treinamento físico que lhes permitissem acumular a resistência e a força física necessárias para cumprir a rígida disciplina que então fazia parte da religião. Esse método de treinamento físico foi desenvolvido e adaptado para se tornar o que atualmente conhecemos como arte de luta Shao Lin (NAKAYAMA 1966, p. 11). Mas foi no Japão, num centro insular do extremo oriente, mais precisamente na ilha de Okinawa, constituindo-se como produto de várias influências culturais (FIGUEIREDO 2006 apud MONTEIRO 2008), onde misturada às técnicas de lutas nativas, foi sistematizada sua ideologia, através do Mestre Gichin Funakoshi na filosofia zen-budista, Kara: vazio, Te: mão, Dô: Caminho. Seu sentido literal como um todo: Caminho das mãos vazias. (FPK, 2010). Nakayama (1966, p.11) acrescenta que o Karatê foi apresentado ao público japonês pela primeira vez em 1922, quando Funakoshi, então professor do Colégio de Professores de Okinawa, foi convidado a ministrar uma palestra e fazer demonstrações num festival de artes marciais tradicionais promovidos pelo Ministério da Educação. Sua apresentação impressionou tanto a assistência, que Funakoshi recebeu uma enxurrada de pedidos para ensinar sua nobre arte em Tóquio. Então, em vez de voltar em Okinawa, Funakoshi passou a ensinar Karatê em várias universidades e na Kodokan, a meca do Judô, até poder fundar a Shotokan em 1936, um grande marco na história do Karatê no Japão. Devido ao fato do Karatê ter sido praticado secretamente no passado, um grande número de escolas e estilos (Ryus) foi desenvolvido. Hoje existem inúmeras escolas no Japão, dentre elas as que possuem uma posição de destaque neste cenário são Shotokan , Goju-Ryu , Shito-Ryu , Wado-Ryu , onde são os estilos mais praticados, cujas filosofias e luta são as mesmas, variando as formas e as características dos fundamentos (FPK, Federação Paulista de Karatê, 2010). O 1° Campeonato Mundial de Karatê foi realizado em 1970 em Tóquio no Japão, com a participação de 33 países e, desde então, tem se enraizado por todo planeta (CBK, 2010). Dados estatísticos da WKF (Word Karatê Federation) indicam cerca de 180 países filiados. Neste sentido, Nakayama (1966, p.12), discorre que o papel do Karatê nos dias de hoje tem um caráter multidisciplinar. Como um meio prático de defesa pessoal, ele é amplamente ensinado em clubes e academias particulares, e no Japão faz parte do programa de treinamento de policiais e de membros das forças armadas. Muitas faculdades o incluem hoje em seus programas de educação física, e um número cada vez maior de mulheres está aprendendo suas técnicas. Observa-se que essa arte está alcançando grande popularidade como esporte competitivo, um esporte que enfatiza tanto disciplina mental quanto aptidão física. O que se desenvolveu originalmente no Oriente como arte marcial, então sobreviveu e mudou ao longo dos séculos para se transformar não apenas num meio altamente eficaz de defesa pessoal sem uso de armas, mas também num esporte instigante e exigente praticado prazerosamente por entusiastas do mundo inteiro. 3.1.2 O KARATÊ Monteiro (2008) caracteriza a competição de Karatê em duas vertentes distintas, o KATA (apresentação de movimentos coreografados pré-determinados) e o KUMITE (luta). 3.1.2.1 KATA O Kata consiste numa série complexa de movimentos organizados, pré-determinados, incorporando técnicas de defesa e ataque, tanto com os membros superiores como inferiores, assim como rotações, giros, saltos deslocamentos (ZEHR et al. 1993 apud MONTEIRO 2008). Uma seqüência pré-determinada de técnicas que simulam um combate contra vários adversários, uma espécie de combate figurado, dentre eles empregado os obstáculos intrínsecos. Sendo o Kata o principal meio de manutenção das tradições do Karatê. Num contexto mais amplo, Figueiredo (1994 apud MONTEIRO 2008) considera o Kata como um conjunto de ações técnico-táticas de combate, sem oposição, o que permite seu treino solitário, e que são formalmente codificadas e encadeadas formando um conjunto identificado com um nome, sendo verdadeiros instrumentos culturais transmitidos nos seios das escolas (“ estilos”). Os Katas são diversos e ecléticos, dependendo em primeira mão, do seu estilo de origem. Monteiro (2008) preconiza os quatro estilos fundamentais de Karatê: Shotokan, Goju-ryu, Chito-ryu, e Wado-ryu, onde cada um deles apresentam características específicas com movimentos distintos entre si, pelo que seus Katas espelham estas mesmas diferenças. Francescato et. al. (1995 apud MONTEIRO, 2008) fundamenta o Kata como resultado de contrações musculares isométricas, que envolvem rápidas acelerações dos segmentos corporais. Inamura et al. (1995) apud Monteiro (2008) caracterizaram o esforço no Kata como anaeróbio, argumentando que este se constitui como um conjunto de períodos de baixa intensidade interrompidos por períodos mais brandos com repouso ativo. No Kata, o ritmo e a harmonia são fatores intrínsecos, sendo que as distâncias temporais entre cada movimento ou série de movimentos são considerados tão importantes como a ação propriamente dita (LAYTON et. al. 1999 apud MONTEIRO, 2008). A competição de Kata se desenvolve por sistema de eliminatória, sendo individual o equipe (composta por três atletas, exclusivamente masculina ou exclusivamente feminina), onde ao início de cada rodada e ao serem chamados por seus respectivos nomes, um com a faixa vermelha (AKA) e outro com a faixa azul (AO) deverão se postar no perímetro da área de competição. Logo após adentrar ao centro da área, AKA anuncia claramente o nome do Kata a se realizar, e ao finalizá-lo se retira e aguarda a execução de AO. Assim, ambos retornam ao perímetro da área de competição, e aguardam a decisão do Quadro de Arbitragem (formada por cinco árbitros com as bandeiras vermelha e azul, que correspondem aos competidores), onde é declarado vencedor quem conquistar o maior número de bandeiras respectivamente, que nada mais é do que a avaliação de acordo com a qualidade do desempenho do atleta, semelhante à Ginástica Olímpica. O Kata deve ser realizado de forma competente, demonstrando uma boa compreensão dos princípios fundamentais que contém, aliados a um bom Ritmo, Velocidade, Equilíbrio, Respiração, Concentração e Focalização da Potência. Enfatizando as provas em equipe, a demonstração da competência em todos os aspectos da execução do Kata, é essencial. Principalmente pela sincronização de ambos os integrantes da equipe, característica da prova e seu ponto fundamental. (FPRK, 2009). 3.1.2.2 KUMITÊ Monteiro (2008) sustenta que o Kumitê é um todo constituído por técnica, força, capacidade aeróbia e anaeróbia, potência, velocidade de reação e tomada de decisão. Figueiredo e Dias (2002) citados por Monteiro levantam que o Kumitê constitui a expressão atual do combate de Karatê, podendo ser considerada como a “prova competitiva institucionalizada”, que permite “comparar as ações atléticas dos praticantes de uma forma estandardizada e regulamentada”. O referido autor julga o Kumitê como um tipo de encontro dual com oposição direta e contato físico controlado. Em sua estrutura funcional encontramos movimentos acíclicos, com deslocamentos, rotações, saltos, ações técnicas-táticas preparatórias de outras ações ofensivas de membros superiores e inferiores diretos, cruzados ou circulares, bloqueios, derivações, esquivas, etc. Esta vertente ilustra o que normalmente entendemos como sendo característico de um desporto de combate: um lutador tem que atacar e conquistar um adversário, Beekley et. al. (2006 apud MONTEIRO 2008). A partir desta concepção, Mori et al. (2002 apud BRITO et al 2006), assinala que o Karatê é uma modalidade que requer reações rápidas, onde o lutador não seja acuado pelo adversário, além de exigir alta capacidade de velocidade e força para golpear o oponente. Embora uma das noções essenciais seja o “controle rigoroso do contato” . As competições de Kumitê se desenrolam em caráter individual (onde os atletas são incorporados de acordo com os critérios de: sexo, idade e categoria de peso) e por equipes, conforme visualizados no Quadro 1, realizada pelo sistema de eliminatória simples, onde 50% dos participantes ou das equipes são excluídas a cada rodada, com repescagem para terceiros lugares para os vencidos pelos finalistas (salvo em ocasiões discutidas em Congresso técnico). Ainda que conforme a idade cronológica, são adotadas algumas medidas adaptadas, em relação ao tempo e validação de pontos, para proteger a integridade física dos atletas, tudo em virtude a uma preparação sólida e estruturada para a categoria principal, o Sênior. Quadro 01. Classificação conforme sexo, idade e peso. Fonte: FNPK, 2009. Após o cumprimento formal de saudação entre os competidores, o confronto de Kumitê, onde a área de luta é formada por um quadrado de 8mt x 8mt, com uma área de segurança de 2mt adicionais, se inicia a partir da autorização do Árbitro denominado Shushin, por meio da pronuncia Shobu Hajime (início do encontro). A luta se caracteriza pela interrupção após uma ação ofensiva em uma zona pontuavel (cabeça, rosto, pescoço, abdômen, peito, costas, zona lateral - flancos) em que deve responder a seis critérios (FPRK, 2009): • Boa Forma: características que conferem a eficácia do golpe desferido dentro dos parâmetros do Karatê. • Atitude Desportiva: atitude não maliciosa, respeitando a execução da técnica. • Aplicação Vigorosa: potência e velocidade de execução da técnica bem sucedida em uma zona pontuavel. • Zanchin: estado de alerta e concentração após a ação ofensiva. • Tempo apropriado: refere-se à execução de uma ação no timing mais eficaz possível. • Distância correta: forma e distância apropriada ao desferir a técnica contra o adversário. O tempo de combate começa a ser cronometrado a partir do sinal do Árbitro e pára cada vez que existe uma ação pontuável, ou ações passivas de penalizações. Concede-se pontuação quando se realiza uma técnica em uma zona pontuável, em que se outorga: • Ippon – 1 ponto: golpes Chudan ou Jodan Zuki (técnicas de punho nas zonas pontuáveis). • Nihon – 2 pontos: chutes Chudan (chutes a nivel do abdomen, peito, costas e zona lateral). • Sanbon – 3 pontos: chutes Jodan (chutes a altura da face) ou Varreduras, quedas seguidas de finalização. O confronto se encerra ao término do tempo de luta, sendo declarado vencedor aquele que se sobressair em número de pontos em relação ao adversário, ou alcançar uma diferença de 8 pontos de vantagem. Em especial no Kumitê, existem duas categorias de penalização: • Categoria I: ações que colocam em risco a integridade física do adversário, excesso de contato físico. • Categoria II: falta de conduta desportiva, caráter comportamental e infrações ao regulamento. As penalizações de Categoria I e Categoria II não se acumulam entre si, apenas entre penalidades de mesma categoria. Ainda, classificadas como: • Chukoku - Advertência: infrações leves. • Keikoku: penalização que determina Ippon (um ponto) para o adversário. • Hansoku Chui: penalidade que determina Nihon (dois pontos) para o oponente. • Hansoku: Infração grave supõe-se desclassificação do competidor. (FNKP, 2009). 3.1.3 KUMITE E SUAS CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS Huertas et. al (2005), salienta que o Karatê é um desporto de contato com gestos e execuções acíclicas, predominando os movimentos rápidos e potentes, tendo como sustento metabólico a via fosfogênea e glicolítica. Em estudos posteriores, o confronto de Kumitê é tido como o resultado de algumas ações realizadas de baixa intensidade (deslocamentos à frente, à retaguarda e laterais, os constates “mini saltitares” que o atleta realiza), em conjunto com execuções de técnicas ofensivas e/ou defensivas de curta duração, mas com máxima intensidade (NUNAN, 2006 apud Monteiro 2008) – é uma atividade de alta intensidade intermitente. Baker (1990 apud MONTEIRO, 2008) define o evento de Kumitê, como sendo de grande intensidade e, com predominância do sistema anaeróbio como fonte energética. Em conformidade com as atuais regras de competição, observa-se que o combate é interrompido apenas sob algumas circunstâncias, os atletas chegam a executar uma média de 16.3 ± 5.1 segundos dessas ações decisivas durante toda a luta, resultando em um tempo de ação de alta intensidade total de cerca de 19.4 ± 5.5 segundos nos 3 (três) minutos de combate (ROCHEL et al. 2009). Sistema de luta baseada na intermitência, ou seja, interrupções constantes durante a luta de acordo com as ações motoras realizadas pelos atletas. Neste aspecto, as características temporais trazem implicações fisiológicas, uma vez que curtos períodos de atividade intensa com intervalos pequenos (10 segundos seriam suficientes para a ressíntese total de CP – Creatina Fosfato) estão associados à ativação principalmente do metabolismo anaeróbio lático nos estágios iniciais e do metabolismo aeróbio nos estágios finais (MURAMATSU et al. apud FRANCHINI, 2001, p.32). Embora só chutes e socos sejam considerados anaeróbio alático e dependentes da força muscular, a repetição dessas ações motoras envolvem a via aeróbia principal (77,8% ± 5,8%) para o total de energia produzida durante um confronto de Kumitê (BENEKE et al. 2004 apud ROCHEL et al. 2009). Beneke et al. (2004 apud ROCHEL et al. 2009), ainda sustenta que a contribuição anaeróbia alática (16,6%), de perto representa o percentual de tempo de ações de alta intensidade (16%) durante uma luta. No entanto, a recuperação destas ações de altíssima intensidade, é com base no metabolismo aeróbio e, portanto, explica a grande contribuição dos caminhos do metabolismo aeróbio total utilizado (ROCHEL et al. 2009). Além disso, o metabolismo anaeróbio lático também pode contribuir para a soma total de energia gasta durante o encontro de Kumitê, que pode ser estimada através da avaliação de lactato sangüíneo (La). Existem estudos que buscam estabelecer o perfil metabólico da modalidade, para tanto, em sua pesquisa envolvendo analise da cinética do Lactato sangüíneo, Voltarelli et al (2009), identificou a predominância do metabolismo aeróbio na magnitude de 50%, em relação a 25% do metabolismo anaeróbio para a produção de energia total. Ainda que em caráter de nível nacional, este estudo demonstra as altas taxas metabólicas de energia, combinado com uma contribuição considerável do metabolismo aeróbio, principalmente de forma aguda. A concentração de Lactato sangüíneo é uma variável que provem do acúmulo de Lactato intramuscular, bem como na corrente sanguínea. A ressíntese dos fosfatos de alta energia terá de prosseguir com um ritmo rápido para continuar realizando um exercício de forma vigorosa (MCARDLE 2008 et al, p. 166). Esse acúmulo de ácido lático influência diretamente na execução dos movimentos, levando à fadiga ou queda do potencial do mesmo, inclusive, as capacidades de recuperação e adaptação (ROSA et al 2007, apud VOLTARELLI et al 2009). A partir desta concepção, Voltarelli et al (2009) fundamenta que o desenvolvimento adequado por meio de treinamentos específicos para desenvolver uma espécie adaptação e tolerância à acidose, poderá contribuir para obtenção de resultados satisfatórios de desempenho esportivo, principalmente nos instantes finais da luta. Lima (2004 apud VOLTARELLI et al 2009) relatou que após esforços de alta intensidade, a concentração de lactato tende a se elevar, independente da duração do combate, o que leva o atleta à fadiga e influencia de maneira significativa em seu poder de reagir ao estímulo, aspecto este de fundamental importância no desporto Karatê. 3.2 TREINAMENTO DESPORTIVO Weineck (1999, p.18), enfatiza que o termo treinamento é utilizado na linguagem coloquial em diferentes contextos com o significado de “exercício”, cuja finalidade é o aperfeiçoamento em uma determinada área. Bompa (2002, p. 5) emprega várias variáveis fisiológicas, psicológicas e sociológicas que estão envolvidas no treinamento, que é em geral, uma atividade sistemática de longa duração, graduada de forma individual e progressiva. Ainda, o treinamento desportivo é caracterizado como um processo que favorece alterações positivas de um determinado estado, sendo ele físico, motor, cognitivo, afetivo (MARTIN, 1977 apud WEINECK, 1999, p.18). Sob o ponto de vista esportivo, Carl (1989 apud Weinneck, 1999, p. 18) sugere a definição de “treinamento esportivo” como sendo o processo ativo complexo regular planificado e orientado para a melhoria do aproveitamento e desempenho esportivo. A partir desta concepção, Bompa (2002, p. 26) caracteriza que a função principal do treinamento é aumentar a capacidade de trabalho do atleta, a efetividade de suas habilidades e suas qualidades psicológicas a fim de melhorar seu desempenho em competições. Sendo assim, podemos perceber que o foco principal do treinamento desportivo visa à otimização da performance do atleta, embasada no aprimoramento físico, técnico e psicológico, tático, técnico, por meio da programação dos treinamentos, aliada a metodologias para desenvolvimento do indivíduo como um todo. Gomes (2002 p. 19) cita que os princípios do treinamento desportivo, representam por si mesmos, vínculos essenciais, objetivos com fundamentos sólidos para obtenção de resultados no desporto, deixando que a esfera da atividade desportiva não seja apenas subjetiva. Em uma visão mais ampla, Borin et al (2007) argumenta que o contexto cientifico do treinamento desportivo, em relação à orientação e metodologias de trabalho, tornou-se uma peça fundamental no esporte contemporâneo. 3.2.1 PRINCIPIOS GERAIS DO TREINAMENTO DESPORTIVO São inúmeros os fatores que influenciam diretamente num processo de treinamento – biológicos, psicológicos, pedagógicos, etc. O conhecimento destes aspectos também tem seu peso no estabelecimento de um treinamento eficaz. Os princípios do treinamento esportivo servem para otimizar a escolha e execução de métodos por atletas e treinadores. Contudo, existe a importância de uma atenção especial para que estes princípios não sejam considerados ou utilizados isoladamente, mas no contexto em que se inserem no programa de treinamento (WEINECK, 1999, p. 27). Bompa (2002, p.29) sustenta que a teoria e a metodologia do treinamento desportivo, basea-se em princípios específicos embasados nas ciências biológicas, psicológicas e pedagógicas, que refletem diretamente as particularidades do cumprimento de objetivos cruciais de treinamento. Os princípios do treinamento desportivo foram dispostos em quatro grupos principais, considerados diferentemente entre vários autores. Para Weineck (1999, p. 27), classificados em: • Princípio da Sobrecarga; • Princípio da Ciclização; • Princípio da Especificidade; • Princípio da Proporcionalização. Weineck (1999, p. 27), sustenta estes princípios de forma mais ampla, em que se refere a todas as modalidades esportivas e funções no treinamento. Eles determinam o programa e o método a ser empregado, assim como a organização do treinamento, além de constituir parâmetros para técnicos e atletas, uma vez que se relacionam à utilização consciente e complexa de normas e regularidades em um processo de treinamento. Platonov (2006 apud OLIVEIRA 2006), afirma que a eficácia do processo da preparação do desportista é determinada em grande parte, pela utilização de meios e métodos de controle, considerado como um instrumento fundamental administrativo, que permite estabelecer o feedback entre treinador e atleta, assim, para que haja um progresso contínuo no treinamento. 3.2.2 DESEMPENHO ESPORTIVO E COMPONENTES DE CARGA Para a melhoria do desempenho esportivo são necessários estímulos adequados. A seqüência através da qual esta melhoria ocorre pode ser resumida da seguinte forma (WEINNECK, 1999, p. 24): • Carga – distúrbio da homeostase, balanço no equilíbrio bioquímico dinâmico do meio interno do organismo, que são as causas para alterações adaptativas dos sistemas. • Adaptação – elevação do estado funcional. Kentta (1998 apud FREITAS et al 2009) acrescenta que este processo de desequilíbrio do organismo devido ao treinamento, constitui-se de uma fonte causadora de estresse em conseqüência de fatores psicofisiológicos que são fundamentais para o rendimento esportivo. Para a otimização dos estímulos de sessões isoladas de treinamento em sua totalidade, é necessário o conhecimento de seus componentes isolados e sua interação complexa no desempenho esportivo. A estrutura dos componentes dos estímulos (denominados por Letzlter – 1978 – como “Normas de Carga”), em cooperação complexa com os objetivos, programas procedimentos de um treinamento, pode ser considerada sob o ponto de vista quantitativo ou qualitativo e determina a especificidade do treinamento. Weinneck (1999) conclui de forma sucinta que a escolha dos componentes de carga adequados é de importância decisiva na qualidade de um treinamento e na obtenção de um efeito especial qualquer no mesmo. A preparação do atleta deve ter uma proporção de desenvolvimento adequada, bem como dinâmica, e levando em consideração as variáveis do treinamento. 3.2.3 VARIÁVEIS DO TREINAMENTO DESPORTIVO Um programa de treinamento eficaz se justifica pela intensa busca da otimização do rendimento do atleta, por meio de métodos e estratégias para a perfeita harmonia das variáveis do treinamento esportivo, em que diversos e renomados autores as classificam como: • Volume de treinamento Duração e número de estímulos por unidade de treinamento, ou seja, a soma dos estímulos de um treinamento. O volume de estímulos tem especial importância em treinamentos de crianças e adolescentes, pois é por meio dele que o organismo tem sua capacidade de desempenho sem correr perigo (WEINECK, 1999, p. 24). Acerca do assunto, Bompa (2002, p.84) esclarece que o volume é o pré-requisito quantitativo para o elevado desempenho técnico, tático e físico. Ainda acrescenta o volume à quantidade de total de trabalho realizado em determinada sessão ou fase de treinamento. O referido autor argumenta que a elevação contínua do volume de treinamento é provavelmente uma das principais prioridades do treinamento desportivo contemporâneo. O alto volume de treinamento possui clara justificativa fisiológica, e sem isso, os atletas não conseguem maior adaptação fisiológica (BOMPA, 2002, p. 84). • Intensidade do treinamento Weineck (1999, p. 24) fundamenta que a intensidade do treinamento é considerada na maioria das vezes como a porcentagem de desempenho individual máximo, de grande importância para o treinamento dos principais requisitos do desempenho esportivo, como resistência, força, velocidade e flexibilidade. Heyward (2004, p. 51) menciona que a intensidade do exercício dita às mudanças fisiológicas e metabólicas específicas no organismo durante o treinamento, dependente diretamente dos objetivos do programa, idade, das capacidades e dos níveis de aptidão física dos atletas. Bompa (2002, p. 85), preconiza a intensidade como o componente qualitativo do trabalho, caracterizado pela maior quantidade de trabalho produzido por unidade de tempo. A intensidade é a função da força dos impulsos nervosos que o atleta emprega em uma sessão de treinamento, com variáveis dependentes da carga, velocidade de execução e variação do intervalo de recuperação. O autor ainda cita que a intensidade varia de acordo com a especificidade do desporto, ainda que para desenvolver capacidades biomotoras, a intensidade do estímulo precisa atingir ou exceder o limiar individual, para que surjam ganhos significativos no treinamento. Filho et al (2002), atribui que intensidades e volumes adequados de treinamento físico aumentam a capacidade fisiológica do indivíduo, normalmente levando-o a melhor performance. Bompa (2002, p. 96) também se mostra favorável a este princípio, e destaca que o exercício físico engloba tanto quantidade quanto qualidade, onde a dosagem perfeita entre volume e intensidade é uma tarefa complexa, ou seja, a progressão da elevação destes fatores tem correlação direta em modificações anatômicas, fisiológicas e psicológicas do atleta. • Densidade do treinamento É o valor decisivo no direcionamento do treinamento de velocidade de movimentos cíclicos e acíclicos. Nas circunstâncias atuais, com a crescente tendência à especialização, a escolha da intensidade correta dos estímulos tem grande significado: a intensidade determina decisivamente quais grupos musculares serão ativados e de que modo os processos de regulação neuromuscular serão influenciados (WEINECK, 1999, p. 25). A este respeito, Bompa (2002, p. 96) considera densidade do treinamento, a freqüência na qual um atleta executa uma série de estímulos por unidade de tempo, relação expressa em tempo e entre as fases de trabalho e recuperação. Processo que assegura a eficiência do treinamento, além de evitar o estado crítico de fadiga ou exaustão. O autor ainda relata que o intervalo de recuperação entre duas sessões de treinamento depende diretamente da intensidade e duração de cada sessão. • Freqüência do treinamento Weineck (1999, p. 25) define a freqüência como sendo o número de sessões de treinamento por dia ou por semana, onde desempenha um papel crucial na sua efetividade. Se o intervalo entre dois treinamentos (estímulos) for excessivo, os resultados obtidos no primeiro treinamento são nulos, de modo que o treinamento posterior não poderá contribuir para um passo adicional a caminho de um melhor desempenho, mas será uma repetição do passo anterior. Neste sentido, Heyward (2004, p. 51) considera a freqüência como número total de sessões de exercícios semanais, relacionada à duração e a intensidade do exercício e varia conforme os objetivos do programa de treinamento e a capacidade funcional do atleta. • Duração e Complexidade do treinamento Weineck (1999, p. 25) caracteriza a duração do treinamento como duração de um estímulo isolado, ou de uma série de estímulos. Aspecto fundamental do treinamento, que se liga diretamente com a complexidade, onde Bompa (2002, p. 98) a fundamenta como grau de sofisticação de um exercício. Intimamente ligada ao nível de aprendizagem, onde a coordenação motora se revela, em que o técnico deve considerar a complexidade da tarefa no processo de planejamento. • Princípio do Repouso e Recuperação Bompa (2002, p. 101) esclarece claramente que após uma sessão de treinamento, os atletas se encontram em um estado de baixo índice de coordenação, diminuição da velocidade e da potência das contrações musculares, fadiga emocional acentuada muitas vezes a fadiga fisiológica. Onde o referido autor discorre da importância de um equilíbrio entre treinamento, atividades sociais e a recuperação. Weineck (1999, p. 32) salienta que o processo de adaptação condicionado pelo desenvolvimento conseqüente do treinamento ocorre em fases. Faz-se a diferenciação entre fase de sobrecarga e fase de recuperação, o que resulta em uma fase de supercompensação. Ainda o autor esclarece claramente que a sobrecarga sucede-se de um decréscimo transitório do desempenho esportivo (queda do potencial energético) e finalmente uma recuperação do nível de partida (fase de recuperação), onde a recuperação é seguida por um estado de elevada capacidade de desempenho (recuperação energética) denominado “supercompensação”. Se novos estímulos forem aplicados de maneira ideal, então há um aumento progressivo do desempenho esportivo. (WEINECK, 1999, p. 32). Sendo assim, podemos considerar que o intervalo de recuperação entre uma sessão de treinamento e outra, deve respeitar o tempo necessário para que haja a regeneração dos sistemas energéticos e dos níveis de desempenho do atleta, em outras palavras, a melhoria do desempenho esportivo através de estímulos ideais, em que os intervalos de recuperação entre os estímulos (treinos) são intimamente ligados a intensidade, do volume e dos objetivos propostos pelo programa de treinamento (MINOZZO et al 2008). O treinador deve estar consciente do tempo necessário para a restauração dos depósitos de energia, como ATP-CP, os depósitos intramusculares de glicogênio e outros metabólitos, dependendo do sistema energético utilizado no treinamento e na competição, como aeróbio, anaeróbio lático ou anaeróbio alático (BOMPA, 2002, p. 122, 123). Do ponto de vista energético, Sahlin (1986 apud BOMPA 2002, pág. 134) caracteriza que a fadiga ocorre quando os depósitos de creatina são depledados pelo músculo em atividade, o glicogênio muscular é consumido consideravelmente e os estoques de carboidratos estão exauridos. Para atividades de alta intensidade e curta duração, como o desporto Karatê, Karlsson et al (1971 apud BOMPA 2002, p. 134) cita que a fonte imediata de energia para a contração é o ATP e o CP. A completa depleção desses estoques no músculo, certamente poderia limitar a capacidade de contração. Bompa (2002, p. 103) afirma que a recuperação ou regeneração é um processo multilateral, que depende de fatores intrínsecos e extrínsecos, relacionados com idade, sexo, experiência, fatores ambientais, tipo de fibra muscular, aspectos psicológicos, tipo de exercício, índices de lesões. Por motivos semelhantes Weineck (1999, p. 34) demonstra a importância do planejamento ideal entre sobrecargas e recuperação, em que devem ser vistas como parte de uma todo, para que não existam erros no estabelecimento das sobrecargas e negligência da fase de recuperação. A dinâmica da curva de recuperação não é linear, (FLORESCU et al 1969 apud BOMPA 2002, p. 105) mas descendente, onde a recuperação de vários parâmetros e de substâncias biológicas ocorre seqüencialmente (Freqüência Cardíaca e Pressão Arterial, restauração dos sistemas energéticos, forma fisiológica e regeneração psicológica). Desta forma, o monitoramento dos níveis de fadiga, e a utilização de técnicas de recuperação para aumentar a efetividade da regeneração são um requisito crucial no programa de treinamento (BOMPA, 2002, p. 105). Freitas et al (2009) destaca que a intensidade e o volume do treinamento, assim como o tempo de recuperação entre as sessões, tem sido uma grande preocupação para técnicos, preparadores físicos, fisiologistas e cientistas, uma vez que estes fatores são intervenientes no treinamento desportivo, onde existe uma linha entre o aprimoramento da condição física do atleta, bem como efeitos negativos proporcionados pelo estresse das cargas de treino. Seguindo esta linha de raciocínio, Kretsvonikov (1938 apud BOMPA 2002, p. 118), da ênfase a fadiga psicológica, que está relacionada ao Sistema Nervosa Central (dirige e coordena as atividades humanas), em que a regeneração das células nervosas é sete vezes mais lenta que as células musculares. Loomfield et al (1996 apud Bompa 2002, p. 119) enfatiza que os estresses psicológicos e físicos promovem modificações bioquímicas e anatômicas, em que afetam a junção neuromuscular pela redução da quantidade de neurotransmissores químicos disponíveis, como acetilcolina e noradrenalina do cérebro, e perturbam a comunicação entre músculos e células nervosas. Reação que poderia levar à fadiga crônica e à redução da força física, Bompa (2002, p. 118) destaca que os atletas com seu SNC recuperado, possuem um maior índice de concentração, reagindo mais rapidamente e com mais potência aos estímulos do treinamento, maximizando sua capacidade de trabalho. 3.2.4 PERIODIZAÇÃO A busca pela excelência, o anseio por vitórias, sempre foram um fator motivador no mundo esportivo. Para tanto o planejamento do treinamento tornou-se fundamental, presente desde os Jogos Olímpicos da Antiguidade, em que Flavius Philostratus (170-245 a.C) já produzia manuais sobre planejamento e treinamento de atletas olímpicos gregos (BOMPA 2002, p.157). Bompa (2002, p.158) considera que o planejamento do treinamento é um processo metodológico e científico que auxilia o atleta a atingir alto nível de treinamento e desempenho. O pesquisador e doutor emérito da ex-União Soviética, L. P Matveev caracteriza fundamentalmente a Periodização como o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para treinamento, de acordo com objetivos intermediários perfeitamente estabelecidos, sempre respeitando os princípios científicos dos exercícios físicos (MATVEEV 1961 apud SELUIANOV et al 2008, p. 104). Bem como Forteza (2000 apud FARTO, 2002), em que o referido autor julga a planificação do treinamento desportivo como sendo organização de tudo o que acontece tanto nas etapas de preparação do atleta, quanto na competição em si. A periodização é a ferramenta mais importante que o treinador possui a fim de conduzir um programa de treinamento bem organizado, eliminando abordagens aleatórias e sem objetivo, ou seja, a arte de empregar a ciência na estruturação de programas de treinamento, por meio da porção ou divisão do tempo em pequenos segmentos, para facilitar o controle do treinamento, denominados fases (BOMPA 2002, p. 158, 206). Em outras palavras, o autor ressalta que o planejamento perfeito, é o reflexo da interferência metodológica e do conhecimento em todas as áreas da Educação Física. A periodização se refere a dois de fundamental importância (BOMPA 2002, p. 206): • Periodização do plano anual - dividida em fases menores, tornando o planejamento e o gerenciamento do programa de treinamento mais fácil, assegurando o máximo desempenho. • Periodização das capacidades biomotoras: procedido por um curto período pré-competitivo, que se refere à estruturação das fases de treinamento, com desenvolvimento das valências físicas. Um atleta não se mantém em estado perfeito durante o ano todo, para tanto, é necessário que o ciclo anual seja subdividido em fases, períodos caracterizados como: • Período Preparatório: Seu foco está no desenvolvimento da boa forma esportiva, subdividido em duas fases. Na primeira, temos a prioridade de exercícios preparatórios em que se desenvolve a capacidade de trabalho e melhora do condicionamento geral. Na segunda fase, há a predominância de uma redução da abrangência e aumento da intensidade do treinamento (WEINECK 1999, p.62). Uma quantidade significativa de treinamento, alto volume é essencial para adequar as adaptações do organismo ao treinamento específico, correspondente à segunda fase do período preparatório (BOMPA 2002, p. 228). Ozolin (1989 apud FARTO 2002) ainda salienta que este período, está objetivamente ligado à aquisição da forma esportiva. • Período Competitivo: Este período permite por meio do desafio imposto pelas competições, o desenvolvimento do desempenho individual e sua estabilização (WEINECK 1999, p.62). O objetivo é o aperfeiçoamento dos fatores do treinamento, como melhora contínua das capacidades biomotoras específicas do desporto, aprimorando a técnica, assim como elevar ao máximo possível o desempenho atlético (BOMPA 2002, p. 231,232). • Período de Transição: Nesta fase, há uma perda inevitável do estado de desempenho (do condicionamento), há uma redução da intensidade e do volume de treinamento. A “recuperação ativa” é feita através de esportes que promovam equilíbrio, o que evita uma queda muito intensa do desempenho (WEINECK 1999, p.63). Quando um preparatório se inicia, o atleta deve estar totalmente recuperado para treinar,.pois embora a fadiga muscular possa aparecer em poucos dias, a fadiga do SNC permanece por muito tempo, o que justifica a recuperação psicológica, o relaxamento e a regeneração biológica, além de manter um nível aceitável de condicionamento físico geral (BOMPA 2002, p. 236,237). Em outras palavras, Ozolin (1989 apud FARTO 2002), descreve este estágio do treinamento como responsável pela perda temporal da forma esportiva. Durante o plano anual de treinamento, são construídos ciclos, uma divisão planificada disposta em que sua estrutura e conteúdo determinam à qualidade do processo de treinamento (BOMPA 2002, p. 176). Estes ciclos de períodos são subdivididos em: • Microciclos: Bompa (2002, p. 176), discorre que na metodologia do treinamento desportivo, o microciclo diz respeito à programação semanal de treinamento que se sucede em um programa anual, de acordo com as necessidades de desempenho para o objetivo principal, a competição alvo da temporada. Fundamentada nos princípios científicos do treinamento, nem todas as sessões de treinamento de um único microciclo tem o mesmo caráter, alternando-se de acordo com os objetivos propostos, volume, intensidade e métodos, onde as demandas fisiológicas e psicológicas do atleta devem ser moldadas em função da capacidade de trabalho, das necessidades de recuperação e regeneração, baseadas no calendário esportivo. Weineck (1999, p.64) salienta que os microciclos compreendem em um curto espaço de tempo, sendo mais precisos na definição dos estímulos a serem utilizados, sem perder o foco do estado atual do desempenho do atleta. Os microciclos de treinamento permitem concentrar as tarefas nas diferentes sessões, assim como o volume necessário de influências para os objetivos pré-estabelecidos (FARTO 2002). Com base neste pensamento, Harre (1976 apud Weineck 1999, p. 64), constata de forma ampla e abrangente, a finalidade do microciclo do programa de treinamento deve ser constituído de forma que cada sessão de treinamento contenha exercícios específicos para o desenvolvimento de velocidade, da força rápida, técnica e coordenação, visando o desempenho ideal. Para Gomes (2002 p.114), os microciclos possuem sua tarefa principal ligada à criação de efeito sumário de treinamento. Sua reprodução numa série de microciclos de treinamento garante as devidas adaptações no organismo do atleta, as quais são as bases do aperfeiçoamento de diversos aspectos de sua preparação. Ainda, classificados como: 1. Microciclo Ordinário; soma das cargas, 60 a 80% do potencial máximo. 2. Microciclo de choque; soma das cargas máximas, 80 a 100%. 3. Microciclo Estabilizador; assegurar estabilidade do estado do organismo. 4. Microciclo de Manutenção; voltado à regeneração integral do atleta. 5. Microciclo Recuperativo; recuperação, com cargas de 10 a 20%. 6. Microciclo de Controle; verificação do nível de preparação e eficiência. 7. Microciclo Pré-competitivo; garantir o estado ótimo de preparação. 8. Microciclo Competitivo; preparação completa para competição principal. A perfeita estruturação dos microciclos é determinada por toda uma série de fatores, dentre eles, o efeito de treinamento das cargas de trabalho aplicadas no microciclo, bem como às particularidades dos processos recuperativos do organismo (GOMES 2002 p. 119, 123). • Mesociclos: Para Zakharov et al (2003 p.255), os mesociclos representam o elemento da estrutura de preparação do atleta, em que inclui uma série de microciclos orientados para solução das tarefas do dado macrociclo (período) de preparação. Desta forma, o referido autor destaca e classifica de acordo com a fase e os objetivos propostos pela periodização do treinamento em: 1. Mesociclo de Incorporação: início do período preparatório do macrociclo de preparação. 2. Mesociclo básico: aperfeiçoamento de diversos aspectos da preparação do atleta. 3. Mesociclo Estabilizador: Visa à consolidação das mudanças obtidas anteriormente, que são asseguradas pela redução insignificante ou a estabilização da grandeza alcançada antes das cargas. 4. Mesociclo recuperativo: em sua forma integral, aplica-se no período transitório de recuperação, em que é de suma importância as tarefas de recuperação completa do atleta após um período prolongado de cargas máximas de treino e de competições. 5. Mesociclo de controle: assegurar um controle multiforme da eficiência dos mesociclos básicos anteriores e as futuras adaptações exigidas pelos mesociclos posteriores. 6. Mesociclo pré-competitivo: componente estrutural da especificidade, que assegura a preparação imediata para a competição alvo do macrociclo. 7. Mesociclo competitivo: representa a base do período competitivo, em que sua função é contribuir para a recuperação e assegurar a manutenção do alto nível de capacidade de trabalho competitivo. • Macrociclos: Weineck (1999, p. 64) explica que a variável extensão de um macrociclo, resulta da relação entre abrangência e intensidade dos estímulos, e da necessidade de alternância dos mesmos. Do ponto de vista de Gomes (2002 p, 132), macrociclo se identifica como a estrutura de preparação do atleta ou equipe, durante o ano, ou seja, planejamento do ciclo anual de treinamento. Nesta linha de raciocínio, Bompa (2002, p. 197) cita que os principais critérios são os diferentes tipos e objetivos de treinamento neste estágio. Este autor ainda realça que um macrociclo, é um período necessário para desenvolver ou aperfeiçoar um elemento técnico ou manobra tática. O tempo que um atleta utiliza para aprimorar uma capacidade biomotora, pode ser considerado um critério para demarcação e estabelecimento de um macrociclo, em suma, um melhor critério para definir a duração de um macrociclo é a adaptação a um tipo de treinamento (BOMPA 2002, p. 197). O mesmo autor ainda frisa que, a periodização de força, velocidade e resistência, representam a manipulação de diferentes períodos do treinamento com objetivos específicos, organizados numa seqüência determinada, a fim de criar uma adaptação exclusiva ao desporto. A partir deste conceito, Gomes (2002 p. 134) coloca a estruturação do preparo com base nos microciclos anuais permite assegurar uma preparação profunda, orientada para as principais competições do ano. A partir deste conceito, Zakharov et al (2003 p.272) destaca que as variantes de estruturação do ciclo anual com base em alguns macrociclos são bastante diversificadas e apresentam variações essenciais de parâmetros, fator este, diretamente influenciado com o calendário anual de competições. Bompa (2002, p. 199) acrescenta que um melhor critério para definir a duração de um macrociclo é a adaptação a um determinado tipo de treinamento, bem como os padrões de cargas específicas ao desporto que são aplicadas. 3.3 TREINAMENTO DE FORÇA Conhecido como treinamento contra resistência ou treinamento com pesos, tornou-se uma das melhores e mais populares formas para melhorar a aptidão e o condicionamento físico de atletas. (FLECK et al 2006, p. 19). Heyward (2004, p.123) defende o ponto de vista que o treinamento de força é constituído por programa sistemático de exercícios, para desenvolver o sistema muscular. Neste sentido, Bompa (2002, p.327) constata que todos os esportes coletivos e modalidades de predominância de velocidade e potencia apóiam-se em força e desenvolvimento de potência, onde compreender as manifestações do treinamento de força, incorporando esses princípios à periodização de treinamento, proporcionará uma diferencial vantagem competitiva. Bompa (2002, p.331) ainda caracteriza em termos simples, que força, é a capacidade de aplicar impulso, em que seu desenvolvimento se desenrola de forma concreta, com características mecânicas e fisiológicas. Porém, Gomes (2003, p. 112 apud GONZALEZ 2005) fundamenta que a força é definida como capacidade de superação da resistência externa e de ação oposta, por meio de esforços musculares. Flecker & Kremer (2006, p. 19) mencionam que indivíduos que procuram um programa de treinamento de força, buscam melhoria nos níveis de força, bem como aumento do índice de massa magra, diminuição da gordura corporal e aprimoramento do desempenho na performance esportiva. Um treinamento de força bem elaborado e estruturado pode produzir uma série de efeitos benéficos. A maioria dos atletas que seguem um programa de treinamento de força, esperam que a melhora considerável da força resulte diretamente no desempenho esportivo. A transferência de um programa de treinamento de força depende diretamente da especificidade dos movimentos escolhidos, das articulações envolvidas nos movimentos em que são desejados os aumentos de força, por isso, um fator relevante, é a cinemática dos movimentos executados, em conformidade com a especificidade do desporto em si (FLECK et al 2006, p. 20). 3.3.1 TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR Heyward (2004, p. 107) define a força muscular como sendo a capacidade de um grupo muscular de desenvolver força contrátil máxima contra uma resistência em uma única contração. Força esta, totalmente dependente da velocidade do movimento. Weineck (1999, p. 231) fundamenta o tecido musculoesquelético, discorrendo que é constituído por elementos elásticos e contráteis dispostos em conjunto, que variam de acordo com o tipo de contração ou extensão. Assim, podemos dividir as contrações musculares em: • Isométrica: É caracterizada como contração em que o músculo é ativado, mas não há alteração visível no ângulo articular, nem no comprimento total do músculo, em que o peso é mantido estacionado. (FLECK et al 2006, p. 30). Bompa (2002, p. 335) salienta que o músculo pode desenvolver com freqüência uma tensão consideravelmente alta, por meio de uma condição estática, também denominada isométrica. De acordo com Dantas (2003 p.165), a contração isométrica se identifica pelo ângulo articular inalterado, em que a resistência é igual à força máxima que o músculo é capaz de gerar, salientando que este tipo de contração muscular, provoca um aumento da tensão da musculatura e a energia gasta é dissipada em forma de calor. • Isotônica: Contração que se caracteriza pela sua dinâmica, por haver alteração do cumprimento do músculo durante sua ação (DANTAS 2003 p. 166), subdividida em: Concêntrica: Conforme Fleck et al (2006, p. 30), vencer a força da gravidade, resulta em um tipo de contração que é denominada concêntrica (do latim com-centrum, ou seja, ter um centro comum) que denota o encurtamento do músculo, onde há um encurtamento dos sarcômeros do músculo agonista devido à força ser maior que a resistência (DANTAS 2003 p. 166). Excêntrica: Seluianov et al (2008, p. 37) acrescenta a contração muscular em que há o aumento visível do comprimento muscular, se caracteriza como excêntrica. Do ponto de vista de Fleck et al (2006, p. 54) o treinamento excêntrico é também chamado treinamento com resistência negativa, força de desaceleração, onde à ação muscular na qual o músculo se encurta de maneira controlada, caracterizada pelo aumento do cumprimento do sarcômero durante a contração (DANTAS 2003 p. 166). • Isocinética: Fleck et al (2006, p. 30) considera a contração isocinética, como sendo à ação muscular realizada em velocidade angular constante, em que não há carga específica a ser alcançada, porém, a velocidade do movimento é controlada. Já Bompa (2002, p. 335), fundamenta a contração isocinética como sendo o movimento igual ou constante em que ocorre ao mesmo tempo em que a resistência permanece constante durante os diferentes ângulos de movimento. Os tipos de contração muscular são bases mecânicas utilizadas no treinamento de força, que vão fundamentar a periodização, as sessões e os objetivos do treinamento. Hernandes (2002 p. 123) discorre justamente sobre isto, discorrendo da importância do programa de musculação, em que deve obedecer aos princípios básicos do treinamento desportivo, pois o protocolo de treinamento quanto ao número de repetições, series, técnica de execução e tipo de contração muscular priorizada deve corresponder ás demandas do esporte em questão. 3.3.2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO TREINAMENTO DE FORÇA Bompa (2002, p. 332) em seu livro, com termos simples, explica que a Força é a capacidade neuromuscular de superar uma resistência externa e interna. A força máxima que um atleta pode produzir depende de inúmeros fatores biomecânicos (força de alavanca, grau de participação de grandes grupos musculares) e a magnitude da contração dos músculos envolvidos. Ainda esclarece que o treinamento de força propicia ao músculo ganhos consideráveis de força, hipertrofia, devido ao aumento das miofibrilas por fibra muscular, densidade capilar por fibra muscular e o aumento do número total de fibras musculares recrutadas. Ocorrências que levam ao aumento generalizado na área seccional transversal de um músculo. Fleck et al (2006 p. 68), argumenta que para suprir essas demandas do treinamento de força, o corpo se utiliza de sistemas fisiológicos para manter o exercício, como o Sistema Cardiovascular e Endócrino. Desta forma, o organismo sofre alterações fisiológicas agudas e crônicas, para responder mais eficientemente ao exercício. Processo este chamado de Adaptação. Ainda, o autor esclarece que adaptação neuromuscular, é o primeiro fenômeno de adaptação ao treinamento de força, pois para ativar os músculos necessários para produzir força suficiente para superar as cargas de treinamento, é preciso uma inervação neural, composta de um neurônio alfa e todas as fibras musculares que esta inerva, ou seja, a unidade funcional da atividade muscular, formando uma Unidade Motora Ainda, a literatura sustenta que o programa de treinamento de força de curta duração (6 a 24 semanas) causa adaptações tanto no quesito tecido musculoesquelético, bem como na composição corporal, adaptações endócrinas e cardiovasculares (FLECK et al 2006, p. 103). A adaptação Bioenergética (fonte de conversão de energia para a atividade muscular) é um fator relevante no treinamento de força. O aumento muscular é uma das principais adaptações dos programas de treinamento de força, em que o crescimento do tecido musculoesquelético ocorre devido à hipertrofia muscular – aumento no tamanho das fibras musculares individuais. Mas isso se da de acordo com a magnitude do aumento de acordo com o tipo de fibra muscular (FLECK et al 2006 p.96). Mcardle et al (2008, p. 382), explica que o tecido musculoesquelético contém fibras musculares com propriedades metabólicas e contráteis distintas, sendo elas classificadas como: • Fibras Oxidativas, Contração Lenta – Tipo I - vermelhas: Caracterizada pela sua resistência à fadiga e apropriada ao exercício aeróbio prolongado. Mcardle et al (2008, p. 385). • Fibras Glicolíticas, Contração Rápida – Tipo II - brancas: Predominante em atividades de alta velocidade tipo anaeróbias assim como outras contrações musculares vigorosas que confiam quase inteiramente no metabolismo energético anaeróbio Mcardle et al (2008, pág. 384). Destacam-se pela pelo alto nível de atividade da miosina ATP (DANTAS 2003 p. 165). As fibras de contração rápida contem ainda subdivisões caracterizadas como: • Tipo IIa: intermediária, exibe alta velocidade de encurtamento muscular e capacidade moderada desenvolvida para transferência de energia das fontes tanto aeróbia quanto anaeróbias. Mcardle et al (2008, p. 385). • Tipo IIb: também denominado IIx, em que possui o maior potencial anaeróbio e a velocidade de encurtamento mais rápida, onde representa a verdadeira fibra rápida glicolítica. Mcardle et al (2008, p. 385). • Tipo IIc: normalmente raro e indiferenciado, em que pode contribuir para a reinervação e a transformação da unidade motora. Mcardle et al (2008, p. 385). Aaberg (2002 p. 57) explica que de mesma forma em que os sistemas energéticos são integrados, as fibras musculares também se inter-relacionam. Neste sentido, McArdle et al (1991 apud FRANCHINI 2001) acrescenta que a distribuição do percentual do tipo de fibra muscular se difere muito entre as pessoas. Sendo provável que essa vertente se justifique principalmente pelo cunho genético, mas há indícios de que alguma maneira, o treinamento físico pode intervir em uma possível modificação, caracterizada pelas particularidades do desporto em si. Em suma, Fleck et al (2006, p.103) afirma que existe um padrão de recrutamento neural e da quantidade de tecido ativado, que poderá determinar até onde ocorrem essas alterações nas células musculares. 3.3.3 TIPOS DE FORÇA Para Bompa (2002, p. 346) o desenvolvimento da força toma várias formas, dependendo das características do desporto. A este respeito, Weineck (1999 p. 224) enfatiza que uma definição precisa de força levando em conta seus aspectos físicos e psíquicos representa uma grande dificuldade, uma vez que o tipo de força, o trabalho muscular, os diferentes caracteres de tensão muscular são influenciados por muitos fatores, em que a força não faz parte de uma modalidade esportiva de uma forma abstrata, mas sempre em combinação com outros fatores determinantes do desempenho. • Força Máxima: Weinneck (1999 p.225) caracteriza que a força máxima representa a maior força disponível, que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária. A força máxima é distinguida em força máxima estática e força máxima dinâmica. Frey (1977 apud Weinneck 1999) acrescenta que a força máxima é a maior força que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração voluntária contra uma determinada resistência. A força máxima dinâmica é a força máxima que o sistema neuromuscular pode desenvolver por uma contração voluntária dentro de uma determinada seqüência de movimentos. Ungerer (1970 apud WEINECK 1999 p. 225), afirma que a força máxima estática é sempre maior que a força máxima dinâmica, pois uma força máxima somente pode ser desenvolvida se a carga (carga limite) e a capacidade de contração do músculo estiverem em equilíbrio. Os fosfatos de alta energia (ATP, CP) desempenham um papel decisivo no desenvolvimento da força máxima, uma vez que o período de tempo compreendido até o desenvolvimento da força máxima é de poucos segundos: o desenvolvimento da força máxima leva a um rápido acúmulo de ácido lático no interior da célula (aumento do lactato) e conseqüentemente há uma queda do desempenho para um nível submáximo. • Força Rápida: Weinneck (1999 p. 226) fundamenta que a Força rápida, compreende a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo, partes do corpo (braços, pernas) ou ainda objetos (bolas, pesos, discos, etc.) com uma velocidade máxima. Zakharov et al (2003 p.114) define a Força Rápida também como “Força de Explosão“, em que representa o caso particular de manifestação das capacidades de velocidade e de força relacionadas com o esforço único. • Resistência de Força: A resistência de força é segundo Harre (1976 apud WEINECK 1999 p. 229), é a capacidade de resistência à fadiga em condições de desempenho prolongado de força, em que seus parâmetros estão intimamente ligados à intensidade (dada em percentual da força de contração máxima) e o volume (soma das repetições) do estímulo. Neumann (1989 apud WEINECK 1999 p. 229) ressalva que a capacidade de resistência de força visa uma adaptação da função oxidativa das fibras de contração rápida e lenta, onde se incluem tanto novos processamentos neuromusculares, como a formação de novas estruturas contráteis do músculo. Bompa (2002 p.346) acrescenta que a resistência muscular se divide de acordo com as necessidades dos esportes, em acíclica ou de curta duração, assim como cíclica ou resistência muscular. As peculiaridades do desporto indicam o norte do planejamento e desenvolvimento do tipo de força predominante, necessária para o sucesso competitivo na modalidade. Assim, observamos que a Força Máxima e Potência como, por exemplo, são considerados métodos complementares de treinamento para preparação de um atleta (LAMAS et al 2008). Ou seja, a interação dos métodos de treinamento de força, do trabalho coerente dos tipos de força, em prol do aprimoramento físico do atleta, está intimamente ligados. 3.3.4 METODOLOGIA DO TREINAMENTO DE FORÇA A força é uma das capacidades biomotoras mais importantes e seu papel no treinamento é fundamental. Compreender a metodologia de seu desenvolvimento é um fator primordial na busca da excelência física, bem como desempenho competitivo (BOMPA 2002, p. 339). Fleck & Kraemer (2006 p. 26) argumentam que o treinamento de força pode produzir alterações na composição corporal, no ganho considerável de força, na hipertrofia muscular e no desempenho motor. No entanto, para obter alterações nestes aspectos, é necessário aderir a princípios metodológicos, que se aplicam independentemente da modalidade, do tipo ou do sistema do programa utilizado. Bompa (2002 p. 339) frisa que a chave para um programa efetivo é a seleção adequada de exercícios, que tem por objetivo desenvolver a maioria dos grupamentos musculares, levando em consideração: • Idade e nível de desempenho; • Especificidades do desporto; • Fase de treinamento; Onde de acordo com Fleck & Kraemer (2006 p. 21), os princípios do treinamento de força se aplicam com base em: • Ações Voluntárias Máximas: realização de ações voluntárias máximas. • Intensidade: estimada pelo percentual de 1RM ou qualquer carga RM. • Volume: cálculo do trabalho realizado (séries, repetições, cargas, etc.). • Periodização: planejamento da variação da intensidade e volume. • Sobrecarga Progressiva: aumento gradativo das cargas de treinamento. • Recuperação: recuperação entre séries, exercícios e sessões. • Especificidade da Velocidade: velocidade de execução do movimento. • Especificidade da ação muscular: isométrica, isotônica ou isocinética. • Fonte Energética: produção de energia de fonte aeróbia ou anaeróbia. • Respiração: procedimentos recomendados para mecânica ventilatória. • Técnica Adequada: forma apropriada e eficiência da técnica utilizada. • Amplitude do Movimento: ângulo articular envolvido no exercício. Bompa (2002, p. 222) salienta que os objetivos, os conteúdos e os métodos de um programa de treinamento de força modificam-se durante o planejamento anual de treinamento. Tais modificações refletem o tipo de força utilizado no desporto, a fim de almejar o aprimoramento do desempenho. Assim, o autor esclarece alguns fundamentos metodológicos, baseados em: 1. Adaptação Anatômica: O objetivo geral deste período é preparar os músculos, ligamentos, tendões e articulações para longos e extenuantes períodos de treinamento. 2. Período de Treinamento da Força Máxima: no desporto contemporâneo, requerem o desenvolvimento de capacidades físicas essenciais, tanto potência quanto resistência muscular, quando não ambas. Assim, a potência não alcança padrões desejáveis sem um alto nível de força máxima, pois ela é o produto da velocidade e da força máxima. 3. Período de Conversão: Esse período é marcado pela conversão de força máxima em potência, resistência muscular, ou ambas, relevando as necessidades e características do desporto. 4. Período de manutenção: Seu foco está relacionado a manutenção dos padrões alcançados durante os períodos anteriores, em que seu objetivo se justifica em função específica das exigências do desporto. A relação entre força máxima, potência e resistência muscular reflete tais exigências. 5. Período de Interrupção: O programa de treinamento de força encerra-se de 5 a 7 dias antes da competição principal para que o atleta possa reservar toda sua energia para sua ótima performance. 6. Período de Compensação: Coincide como o período de transição, em seu foco é a remoção dos índices de fadiga e repor a energia exaurida por meio de uma pausa ativa, ou seja, uma recuperação geral das condições psicofísicas do atleta. 3.3.5 TREINAMENTO DE FORÇA DIRECIONADO A ADOLESCENTES A popularidade do treinamento de força entre pré-púberes a adolescentes vem ganhando um destaque espantoso na última década, segundo Fleck & Kraemer (2006 p. 293). Porém, para que o treinamento de força para jovens seja totalmente eficaz e seguro, é extremamente necessário possuir uma adequação metodológica. A American Academy of Pediatrics (1990), American College of Sports Medicine (1993), American Orthopedic Society for Sports Medicine (1996), são algumas organizações que se posicionam favoravelmente com relação a um treinamento de força estruturado e supervisionado para adolescentes (FLECK et al 2006 p. 293). Weineck (1999 p. 358) defende a visão que um treinamento de força adequado à idade, no sentido de proporcionar uma profilaxia postural , é necessário para o aumento do desempenho esportivo. O referido autor acrescenta sua colocação sobre o surto de crescimento infantil, em que o aparelho motor encontra-se muito sensível ao treinamento, sendo esta fase especial para os estímulos de força. Paralelamente ao aumento do nível de força, há uma melhora de movimentação em todas as modalidades esportivas, que torna os movimentos mais dinâmicos, fluentes e precisos. Em suma, o emprego de exercícios abrangentes, isentos de lesões e que favorecem a capacidade de desempenho, é o princípio ouro do treinamento de força para adolescentes (WEINECK 1999 p. 361). Bompa T. (2002 p.108) argumenta que antes de participar de um programa de treinamento de força, jovens atletas devem estar preparados físico e psicologicamente, onde entender a técnica e a função da força na melhora do desempenho, se torna fundamental. No desenvolvimento da força devemos levar em consideração, ás peculiaridades do organismo em crescimento: a estrutura óssea de crianças e jovens é relativamente elástica em função do baixo teor de cálcio na mesma, por isso apresenta menos resistência à pressão e à curvatura (processo de calcificação total do sistema esquelético ocorre entre os 17 e 20 anos), alem disso, estímulos indutores de adaptações na estrutura óssea provocam muitas vezes, um enrijecimento de tecidos conectivos, os ligamentos (WEINECK 1999 p. 361). Assim, é necessário levar em consideração todos os aspectos funcionais, morfológicos, maturacionais do adolescente, em relação ao treinamento de força. Uma vez que as adaptações a este método de treinamento proporcionam benefícios ao organismo do atleta, onde Fleck et al (2006 p. 294) os menciona como: • Aumento da força muscular, potência e resistência muscular localizada (capacidade de um músculo ou músculos realizar múltiplas repetições contra uma dada resistência). • Diminuição das lesões nos esportes e nas atividades recreativas. • Melhora no desempenho nos esportes e nas atividades recreativas. Onde se percebe a importância de um programa extremamente elaborado e progressivo, assim como individualizados, para justamente contribuir para o ganho de força, desenvolvimento mineral ósseo, fortalecimento muscular e correção de vícios posturais (FLECK et al 2006 p. 297, 298), incorporando ao programa: • Envolvimento de todos os componentes do condicionamento físico (aeróbio, flexibilidade e força). • Escolha equilibrada de exercícios para o desenvolvimento das partes superiores e inferiores do corpo. • Escolha equilibrada de exercícios para os músculos dos dois lados de cada articulação (exercícios agonistas e antagonistas) • Uso de exercícios estruturais (multiarticulares ), assim como para partes específicas do corpo (monoarticulares ). Esses parâmetros são a principal e fundamental ferramenta de trabalho para o profissional de Educação Física, estimular o potencial esportivo do atleta, sem prejudicá-lo de maneira astuta e incoerente, proporcionando o melhor programa de treinamento possível, bem como o desenvolvimento completo do atleta em todos os sentidos. 4. METODOLOGIA 4.1 TIPO DE PESQUISA A presente pesquisa se caracteriza como uma Pesquisa Experimental, aplicada em atletas de Karate. Segundo Thomas e Nelson (2007, p. 279), este tipo de pesquisa procura estabelecer relações de causa e efeito. Isto é, a variável independente é manipulada para que seja avaliado o seu efeito sobre a variável dependente. 4.2 ÁREA DE ABRANGÊNCIA Esta pesquisa pretende trazer subsídios concretos, além de servir de material de apoio para futuras pesquisas e projetos nas áreas de: Educação Física, Treinamento Desportivo, Lutas, mais especificamente a modalidade Karatê. Desta forma, este estudo procura fornecer aos profissionais mais um instrumento de reflexão, e uma fonte de informações pertinentes a professores, técnicos e praticantes desta arte marcial, o Karate. 4.3 RESPONSABILIDADE DOS PESQUISADORES Esta pesquisa está embasada sobre os princípios éticos, morais e legais, conforme a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Este projeto está aprovado no CONEP sob o número registro CAAE-0044.0.301.000-08. 4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA Devido ao desenho do estudo apresentar característica experimental, torna-se inviável a utilização de amostragem aleatória, assim optou-se por amostragem de conveniência. Atualmente a Federação Paranaense de Karate (FPRK, 2010) tem aproximadamente 124 atletas do sexo masculino, nível avançado (entre as faixas roxa e preta). Assim, a amostra desta pesquisa será comporta por 15 atletas da modalidade Karate, equivalente a 12,09% da população estudada. Todos do sexo masculino, com idade cronológica correspondente à sua categoria de idade (14 a 22 anos). Os atletas são membros da equipe Araucária Karatê Clube, filiados a Federação Paranaense de Karatê-Dô e a Confederação Brasileira de Karatê, em que todos os atletas são membros da Seleção Paranaense de Karate, e defendem o estado em competições de caráter nacional. Como critério de inclusão / exclusão, participaram apenas atletas federados, nível avançado (faixas roxa, marrom e preta), praticantes por no mínimo 4 anos, que sejam classificados como púberes e/ou pós-púberes, conforme critério proposto no item procedimentos e instrumentos. 4.5 OBTENÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Para a execução da pesquisa, é indispensável à autorização expressa pelos participantes deste estudo, principalmente em relação aos responsáveis dos menores de idade, em que assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, assegurando a confidencialidade e a privacidade das informações, garantindo a não utilização dos dados referentes da pesquisa, não denegrindo a integridade moral dos indivíduos envolvidos. 4.6 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS O presente projeto desenvolveu uma periodização de Treinamento de Força, direcionada a atletas de Karatê, respeitando todos os princípios teóricos e metodológicos do Treinamento Desportivo e do Treinamento de Força, onde o programa de treinamento / avaliação, teve um volume total de 17 semanas, em que 14 foram semanas relacionadas aos treinamentos e 3 semanas relacionadas as 3 fases de testes (pré-teste, teste e pós-teste). Inicialmente os atletas realizaram um programa de 4 semanas de treino de Força de Adaptação / Resistência, cujo objetivo era justamente obter uma adaptação neuromuscular (Anexo 2). Após a Fase de Adaptação, foi realizado durante uma semana, o desenvolvimento do Pré-teste. Então, foi dado partida ao treinamento de Força Máxima, durante as 5 semanas subseqüentes, onde após este período, foi realizado durante o período de uma semana, o desenvolvimento do Teste. Em seguida, foi estipulado, 5 semanas de treinamento de Força de Potência, em que após este período, foi realizado no decorrer de uma semana, o desenvolvimento do Pós-teste. O presente estudo foi dividido em 3 fases, para analise da influência do treinamento de força em momentos distintos da periodização. Para melhor compreensão e visualização do projeto de estudo, segue a figura abaixo: FIGURA 1 – LINHA DE TEMPO DA SEQUENCIA DE EVENTOS DE ESTUDO Fonte: Presente estudo. Simultâneo ao trabalho de força, foi realizado o planejamento técnico / tático específico da modalidade. O Programa de treinamento de força teve como base 3 (três) sessões de treinamento semanais, no período da tarde. O treinamento técnico/tático realizado 6 vezes por semana no período da tarde/noite em conformidade ao treinamento de força. Para melhor compreensão dos procedimentos de treinamento de força, segue o quadro abaixo: QUADRO 1 – DESCRIÇÃO DO TREINAMENTO DE FORÇA DE ADAPTAÇÃO/RESISTÊNCIA, FORÇA MÁXIMA E FORÇA DE CONVERSÃO EM POTÊNCIA. Tipo treinamento Períodos do treinamento Volume de treino Intensidade de treino Velocidade de execução Treino de Adaptação (resistência muscular) 4 semanas 3 séries, 12 exercícios, 12-15 repetições 40% de 1RM*, Intervalo 1 min., Pausa 45 seg. Lenta Treino de Força Máxima 5 semanas 3-6 séries, 10 exercícios, 6-10 repetições 80% - 100% de 1RM, - Intervalo de 45 seg. Pausa 45 seg. Lenta Treino de Força de Potência 5 semanas 4 séries, 8-12 exercícios, 12 repetições 30 - 60% de 1RM Rápida *1 RM = 1 Repetição Máxima. Fonte: KRAEMER & RATAMESS, (2004). Como descrito anteriormente, além da periodização de força serão realizadas avaliações morfofisiológicas em 3 momentos, sendo denominados Pré-teste, Teste e Pós-teste (ver Figura 1). As avaliações consistirão em: • Antropometria e Composição corporal; • Teste de Potência e Capacidade anaeróbia; • Percepção de Esforço e Exaustão; • Simulação de Luta; • Testes de Força Máxima Dinâmica (1RM); • Testes de Impulsão Vertical e Horizontal; • Avaliação da Maturação Sexual. O treinamento Força do presente estudo segue no Anexo 1. Os procedimentos e instrumentos avaliativos são descritos detalhadamente, em que segue abaixo: 4.6.1 ANTROPOMETRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL Foram mensuradas as variáveis antropométricas Massa Corporal (kg), Estatura (m), Circunferências (cm), Diâmetros ósseos (cm) e Dobras Cutâneas (mm). Os locais de medição poderão ser verificados nas tabelas 1,2 e 3 posteriormente. Com a utilizados os seguintes instrumentos: balança (Filizola), fita métrica marca Mabis, Estadiômetro marca WCS modelo WOOD, Plicômetro marca Lange e Paquímetro de segmento marca WCS. TABELA 1 - PADRONIZAÇÃO DE LOCAIS PARA MENSURAÇÃO DE CIRCUNFERENCIAS Local Referência Anatômica Posição Medição Pescoço Proeminência laringea (pomo-de-adão) Perpendicular ao eixo longo do pescoço Ajuste a fita com pressão mínima, logo abaixo ao pomo-de-adão. Ombro Músculos deltóides e processos acromiais da escapula Horizontal Ajuste a fita de modo confortável sobre o ventre dos músculos deltóides, abaixo dos processos acromiais. Registre a medição no final da respiração normal. Peito Quartas articulações costo-esternais Horizontal Ajuste a fita de modo confortável ao redor do torso, no nível das quartas articulações costo-esternais. Registre a medição no final da respiração normal. Cintura Parte mais estreita do torso, nível da cintura normal entre as costelas e a crista ilíaca Horizontal Ajuste a fita de modo confortavel em volta da cintura, no nivel da parte mais estreita do torso. É necessário um assistente para posicionar a fita atrás do cliente. Faça a medição no final da expiração normal. Abdominal Pretuberância anterior máxima do abdome, normalmente no umbigo. Horizontal Ajuste a fita de modo confortavel em volta do abdome, no nivel maior da pretuberância anterior. É necessário um assistente para posicionar a fita atrás do cliente. Faça a medição no final da expiração normal. Quadril (Glúteos) Extensão máxima posterior dos glúteos Horizontal ajuste a fita de modo confortavel em volta dos glúteos. É necessário um assistente para posicionar a fita no lado oposto do corpo. Coxa (proximal) Dobra glútea Horizontal Ajuste a fita de modo confortavel em volta da coxa, logo abaixo da dobra glútea. Coxa (medial) Ligamento iginal e borda proximal da patela Horizontal Com o joelho do cliente posicionado à 90° (pé direito sobre o banco), ajuste a fita a meio caminho entre a dobra iginal e a borda proximal da patela. Coxa (distal) Epicondilos Femorais Horizontal Ajuste a fita na parte proximal aos epicondilos do fêmur. Joelho Patela Horizontal Ajuste a fita em volta do joelho no nível médio-patelar com o joelho relaxado em leve flexão. Panturrilha Circunferência maxima do músculo da panturrilha Perpendicuar ao eixo longo da perna Com o cliente sentado na ponta da mesa e as pernas soltas, ajuste a fita horizontalmente em volta da circunferencia máxima da panturrilha Tornozelo Maléolos da tíbia e da fíbula Perpendicuar ao eixo longo da perna Ajuste a fita de modo confortável ao longo da circunferência mínima da perna, na parte prximal aos maléolos. Braço (bíceps) Processo acromial da escapula e processo acromial da ulna Perpendicular ao eixo longo do braço Com os braços do cliente solto livremente ao lado do corpo e as palmas viradas para as coxas, ajuste a fita de modo confortávelem volta do braço a meio caminho entre o processo acromial da escápula e o processo do olécrano da ulna. Antebraço circunferência maxima do antebraço Perpendicular ao eixo longo do antebraço Com os braços do cliente soltos a lateral e afastados do tronco, e os antebraços supinados, ajuste a fita de modo confortável em volta da circunferência máxima do antebraço. Punho Processos estilóides do rádio e da ulna Perpendicular ao eixo longo do antebraço Com os cotovelos do cliente flexionados e os antebraços supinados, ajuste a fita de modo confortável em volta do punho logo abaixo dos processos estilóides do rádio e da ulna. Fonte: Adaptado de Heyward, 2004. TABELA 2 - PADRONIZAÇÃO DE LOCAIS PARA MENSURAÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS. Local Direção da Dobra Referencia Anatomica Medição Peito Diagonal Axila e mamilo A dobra é tomada entre a axila e o mamilo, tão alto quanto o possivel, na dobra axilar anterior, com a medição tomada 1cm abaixo dos dedos. Subscapular Diagonal Angulo inferior da escapula A dobra é tomada na linha antural de clivagem da pele, logo abaixo do angulo inferior da escapula, com o compasso aplicado 1 cm abaixo dos dedos. Axilar Horizontal Junção xifoesternal A dobra é tomada na linha mesoaxilar no nivel da junção xifoesternal. Supra-iliaca Oblíqua Crista iliaca A dobra é pinçada posteriormente a linha média da axila e acima da cristaa íliaca, ao longo da clivagem da pele, com o compasso aplicado a 1cm dos dedos. Abdominal Horizontal Umbigo A dobra é tomada 3cm da lateral, e 1cm abaixo do umbigo Triceps vertical (linha média) Processo acromial da escapula e processo acromial da ulna A distancia entre a projeção do processo acromial e a margem inferior do processo do olécrano é medida na reião lateral do braço, com o cotovelo flexionado em 90° com fita métrica. O ponto médio e marcado na região lateral do braço. A dora é levada 1cm acima na linha marcada na região posterior do braço. o compasso é aplicado no nivel marcado. Coxa vertical (linha média) Prega inginal e patela A dobra é levantada na região anterior da coxa, a meio caminha da prega inginal e a margem proximal da patela. O peso corporal é deslocado para o pé esquerdo e o compasso é aplicado 1cm abaixo dos dedos. Fonte: Adaptado de Heyward, 2004. TABELA 3 - PADRONIZAÇÃO DE LOCAIS PARA MENSURAÇÃO DE DIAMETROS ÓSSEOS. Local Referencia Anatomica Posição Medição Joelho Epicondilo do fêmur Diagonal ou horizontal Com o cliente sentado e os joelhos flexionados a 90° ajuste as lâminas do compasso firmemente nos epicondilos do fêmur laterais e mediais. Cotovelo Epicondilos do úmero Obliqua Com os cotovelos do cliente flexionados a 90°, braços erguidos na horizontal e antebraços supinados, ajuste as lâminas do compasso firmemente nos epicôndilos do úmero mediais e laterais em angulo que divida igualmente o angulo direito do cotovelo. Punho Processos estilóides do rádio e da ulna Obliqua Com o cotovelo do cliente flexionados a 90°, braço na vertical e junto ao torso, e antebraço pronado, ajuste as pontas do compasso firmemente em ângulo obliquo aos processos estlóides do rádio e da ulna. Fonte: Adaptado de Heyward, 2004. Para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), foram utilizadas as variáveis Massa Corporal (MC) e Estatura (EST), por meio da Equação: [IMC = MC/EST²]. O cálculo do percentual de gordura foi realizado pela Equação de Guedes (1994), para adolescentes (7-18 anos) - 2 Dobras Cutâneas: Tríceps e Subescapular. (S= somatória das D.C. Tríceps e Subescapular) Rapazes Brancos: • Púbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S)² - 3,4 • Pós-Púbere = G% =1,21 (S) - 0,008 (S)² - 5,5 Ainda, foram calculados o Somatório de Dobras Cutâneas, Massa Magra, Massa Gorda e Massa Óssea conforme Heyward (2004). 4.6.2 TESTES DE POTÊNCIA E CAPACIDADE ANAERÓBIA - WINGATE Para a avaliação de Potência e Capacidade anaeróbia, foi realizado o Teste de Wingate, em conformidade ao protocolo de Bar-Or (1987). O teste foi realizado em uma Bicicleta Ergométrica, com o banco devidamente ajustado. Com um aquecimento prévio de 5 minutos, com carga de 2% da massa corpórea, mantendo a velocidade entre 60 e 70 rodagens de pedal por minuto. Nos minutos um, dois, três e quatro, são executados um sprint por três segundos. Após o aquecimento, o avaliado permanece cinco minutos em descanso para o início do teste. A seguir, realizar-se-á o teste com duração de trinta segundos, pedalando o mais rápido possível contra uma resistência fixa de 10% do peso corporal, objetivando gerar máxima potência nesse período. As variáveis de potência de pico, potência média e índice de fadiga serão determinadas pelo programa computadorizado Wingate Test (CEFISE). 4.6.3 PERCEPÇÃO DE ESFORÇO E EXAUSTÃO Para verificar a percepção de esforço foi utilizada a escala subjetiva de esforço (Borg et al, 1985) antes e imediatamente após a luta simulada. Durante os microciclos de treinamento os atletas responderam a um questionário sobre percepção de exaustão. Ao final de cada semana, as sextas-feiras, os atletas foram orientados a apontar os pontos anatômicos que sentiram maior esforço e desconforto durante o treinamento. O técnico também foi encorajado a anotar as regiões que considere ter havido maior esforço. As anotações foram realizadas em diagrama anatômico de vista anterior e posterior do corpo,, proposto por Nilsson et al, (2002). 4.6.4 SIMULAÇÃO DE LUTA A fim de abordar os parâmetros fisiológicos e de desempenho durante um combate de Kumitê, foi realizados encontros de Kumitê (luta), idênticos a um dia de competição, bem como regras e procedimentos oficiais que regem a modalidade. Participarão 4 árbitros nível nacional para a arbitragem. Os árbitros assim dispostos no sistema de rodízio para assumir as diferentes funções. Ainda, os atletas dispostos e pareados de acordo com suas categorias de peso e orientados a manter suas rotinas habituais de preparação para um evento de competição. Os atletas foram escalados em uma seqüência de combates, onde foram mensuradas: • Temperatura Timpânica, para a verificação da temperatura corporal em repouso, imediatamente após o combate e depois de 10 minutos de recuperação. Foi utilizado o termômetro Braun ThermoScan® PRO 4000. • Freqüência Cardíaca (FC) e Pressão Arterial (PA) monitorada em repouso (pré-combate), bem como, imediatamente após o combate (pós-combate) e após 5 minutos de recuperação. Foram utilizados os monitores de freqüência cardíaca da marca Polar modelos S410 e S610. • Lactato Sangüíneo em repouso, imediatamente após o combate. • Scoult Técnico, onde foram filmados os combates, e realizadas analises técnicas e táticas, além do percentual de golpes de ataque e defesa e golpes válidos, conforme ficha de verificação de Villani e Distaso (2004). • Análise Esforço / pausa (E:P), a partir das filmagens foram determinados os tempos de esforço e os tempos de pausa da luta. Serão considerados como: Percepção de esforço / exaustão conforme escala de Borg et al (1985) e Nilsson et al (2006). Foi questionado aos atletas no início e imediatamente após a simulação da luta, qual a sua percepção sobre o esforço / exaustão. O técnico também preencheu a ficha sobre sua opinião crítica de percepção / exaustão dos atletas avaliados. Para a execução deste procedimento, foi utilizado um Ginásio de Esportes, um Tatame com medidas Oficiais de Competição, dois cronômetros e uma filmadora VHS da marca Panasonic. 4.6.5 TESTE DE FORÇA MÁXIMA DINÂMICA – 1RM O teste de uma repetição (1RM) com carga máxima é o mais utilizado para avaliar a força dinâmica de determinados grupos musculares, onde o indivíduo tenta realizar o movimento com maior carga possível em determinados exercícios. Assim, o teste proposto obedeceu a uma série de procedimentos e recomendações de acordo Brown et al (2001). O individuo após o aquecimento geral, realizou um aquecimento específico conjunto de 8 repetições a aproximadamente 50% da estimativa de 1RM, seguido por outro conjunto de três repetições a 70% do número estimado de 1RM. Os levantamentos subseqüentes são repetições simples com cargas progressivamente mais pesadas até a falha. Repetindo até que o 1RM seja determinado para o nível desejado de precisão. O intervalo de descanso entre as séries não deve ser inferior a 1 (um) e não mais do que 5 (cinco) minutos, em que o número ideal de repetições simples varia de três a cinco. Para este estudo, foram utilizados os exercícios de Supino Reto e Leg Press que envolvem grandes grupamentos musculares, que são especialmente importantes para a realização das ações musculares específicas da modalidade Karate. 4.6.6 TESTE DE IMPULSÃO VERTICAL E HORIZONTAL Para mensurar a Potência de membros inferiores em plano vertical, foi utilizado o Teste de Impulsão Vertical proposto por Johnson e Nelson (1979). Com uma superfície lisa de 3 metros de altura graduada de 1 em 1 cm, o avaliado assumiu a posição em pé, de lado para a superfície graduada, com o braço estendido acima da cabeça, o mais alto possível, mantendo as plantas dos pés em contato com o solo, sem flexioná-los. O avaliado fez uma marca com os dedos (giz), na posição mais alta que possa atingir. O teste consiste em saltar o mais alto possível, em que serão realizadas 3 tentativas, computando-se a subtração da marca mais alta do salto da mais baixa. Para o teste de impulsão horizontal foi aplicado o seguinte protocolo: com os pés paralelos no ponto de partida, o avaliado deve saltar no sentido horizontal com impulsão simultânea das pernas, objetivando atingir o ponto mais distante da fita métrica. Permite-se realizar movimentação dos braços e troncos. Após a queda, mede-se o calcanhar que se posiciona mais próximo do ponto de partida. O atleta realiza o salto e descansa em torno de 5 minutos para a realização de 3 tentativas (MATSUDO, 1995). 4.6.7 TESTE DE AUTO-AVALIAÇÃO DE MATURAÇÃO SEXUAL Como critérios de inclusão, participaram apenas sujeitos púberes e pós-púberes, uma vez que a variável força pode estar associada a diferentes níveis maturacionais. A auto-avaliação é um método, em que foi aplicado expondo-se pranchas ao participante contendo fotos específicas para o sexo masculino (genitais e pêlos pubianos) dos diferentes estágios púberais de Tanner (1962) para que o indivíduo indique qual o seu estádio atual de maturação. A avaliação da maturação sexual foi realizada de forma individual apenas no pré-teste, na presença dos pais ou responsáveis, em ambiente com total privacidade adequada. Um pesquisador do sexo masculino, previamente treinado, que não tenha contato com a equipe de Karate foi responsável por esta avaliação. Sendo assim, inclusos no estudo apenas os sujeitos com classificação G5 (para genitais) e P5 (para pêlos pubianos), conforme a figura abaixo. FIGURA 2 – PRANCHA DE AUTO-AVALIAÇÃO PARA SEXO MASCULINO. (TANNER et al, 1962) 4.6.8 ORGANIZAÇÃO DA SEMANA DE TESTES Como as avaliações (Pré-teste, Teste e Pós-teste) tiveram duração de uma semana, as avaliações foram realizadas no período da manhã e tarde, permitindo que cada atleta realize um período mínimo de recuperação de 12 horas. A única variável que foi mensurada durante todo o processo de treinamento foi à variável de percepção de esforço / exaustão, já descrita anteriormente. Para melhor visualização, será descrito no quadro abaixo a organização dos procedimentos, em que segue: QUADRO 2 – ROTINA DE AVALIAÇÃO NA SEMANA DE TESTE Dia semana Atividade avaliativa Sábado Avaliação Antropométrica Avaliação de Maturação Sexual (apenas no Pré-teste) Teste de Impulsão Vertical e Horizontal Simulação de Luta Domingo Recuperação de 24 horas Segunda Teste de 1 RM Terça Recuperação de 24 horas (treino técnico-tático a 30% da intensidade) Quarta Teste de Potencia e Capacidade aeróbia (Wingate) – recuperação de 12 horas Fonte: Presente estudo 4.7 TRATAMENTO DOS DADOS Foi utilizado o pacote estatístico SPSS 15.0, para o calculo das variáveis numéricas, foi utilizada a analise descritiva com média, desvio padrão, valores mínimos e máximos. Para o calculo das variáveis categóricas, foi realizada tabelas de distribuição percentual. Para verificar o efeito do treinamento de força entre os Pré-teste, Teste e Pós-teste, foi realizado Teste de Kruskal-wallis (p<0,01) para as variáveis numéricas e Teste qui-quadrado (p<0,05) para as variáveis categóricas, assim, os métodos de treinamento força máxima e força potencia foram comparados em sua totalidade. Para verificar a relação entre percepção esforço / exaustão entre treinamento e competição, entre atletas e técnicos, foi realizado o Teste Pareado de McNemar (p<0,05) 4.8 LOCAIS DAS ETAPAS DA PESQUISA A pesquisa foi realizada em 2 lugares distintos. Para a coleta dos dados morfofisiológicos, foi utilizado o Laboratório de Bioquímica e Fisiologia do Exercício da Faculdade Dom Bosco, PR. Para o treinamento de força, foram utilizadas as dependências da Academia de Musculação do Ginásio de Esportes São Francisco de Assis, pertencente à Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do município de Araucária/PR. 4.9 DETALHAMENTO FINANCEIRO Fonte de Recursos: [ ] Agência de Fomento (Fundação): SMEL Araucária/PR R$ 0,00. [ X ] Iniciativa Privada - Laboratório de Bioquímica e Fisiologia do Exercício. Fac. Dom Bosco (material permanente, bicicleta de Wingate, Frequencímetros, Paquímetro, Plicômetro, Balança. R$ 0,00. [ X ] Recursos Próprios: Fitas de Lactato sanguíneo R$ 120,00. VALOR DOS RECURSOS R$ 120,00. Recursos a serem despendidos com o Projeto de Pesquisa: Recursos Humanos (a) Serviços de Terceiros (b) Seguro de Vida e Saúde do Pessoal envolvido: (c) Honorários do Pesquisador: (d) Despesas com Sujeitos de Pesquisa R$ 0,00. R$ 0,00. R$ 0,00. R$ 120,00 Materiais (a) Aquisição de material de consumo para a pesquisa (b) Aquisição de material permanente: [ X ] Mercado Interno R$ 120,00 R$ 50,00 CUSTO R$ 170,00 TOTAL DE RECURSOS DESPENDIDOS R$ 170,00 Ressarcimento de sujeitos da pesquisa, em caso de lesão músculo - articular decorrente do treinamento de força ou durante as sessões de avaliação do referido projeto, os atletas poderiam ser encaminhados para avaliação e acompanhamento em Clínica de Fisioterapia designada pelos pesquisadores. Poderá ser gasto para cada atleta o valor de R$ 300,00 para o tratamento acima referido. 4.10 FORMA DE DIVULGAÇÃO DOS DADOS Os dados serão apresentados aos próprios atletas participantes do estudo, bem como o Técnico da respectiva equipe. Além disso, o cunho cientifico desta pesquisa, possibilitará publicações de trabalhos científicos em congressos e revistas. 4.11 RESPONSABILIDADE SOCIAL Os resultados do presente estudo também serão divulgados em materiais direcionados ao meio não acadêmico, através da interação com Federações, Confederações e Profissionais da modalidade Karate. 5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Os sujeitos avaliados apresentaram Idade Média de 16,7±2,45 anos. Para caracterização da amostra, foi considerado como critério de inclusão apenas sujeitos púberes. Ao realizar a Auto-avaliação Maturacional proposta por Tanner (1976), verificou-se valores de 4,14±0,53 para presença de pelos pubianos e 3,57±0,75 para presença de volume testicular. TABELA 01. COMPORTAMENTO DAS VARIÁVEIS DE DESEMPENHO MOTOR Pré-teste Teste Pós-teste 1RM - Supino (kg) 48,3±11,3 56±12,6 58±12,0 1RM - Leg Press (kg) 196±34,8 237,7±49,0 268,2±51,0 Impulsão Horizontal(m) 2,00±0,13 2,05±0,12 2,17±0,18 Impulsão Vertical (m) 2,71±0,10 2,72±0,10 2,73±0,11 Fonte: Presente estudo. Apesar da literatura (RAVIER et al, 2004) indicar que o Teste de Impulsão Vertical seja o mais adequado para avaliar as características mecânicas dos músculos extensores do joelho, observou-se que ocorreram aumentos nos níveis de Força, especialmente nos testes de 1 RM para Leg Press e de Impulsão Horizontal. Fato explicado possivelmente pela característica de deslocamento da competição de Karate, que utiliza mais mudanças de direção horizontais do que verticais (ROCHEL et al.2009). Os resultados obtidos no Pós-Teste com relação ao Salto Horizontal demonstram claramente a eficiência do Trabalho de Potência, que direcionada a esta modalidade, apresentou valores que exprimem um ganho significativo. Assim, os dados da Tabela 01 retratam estatisticamente essa especificidade, que requerem mudanças bruscas de velocidade e direção (RAVIER, 2004), onde se observou que houve aumentos no nível de Força para os testes de 1RM especialmente para Membros Inferiores. No teste de 1 RM – Leg Press, para Membros Inferiores, observou-se aumento de 41,7 (17,54%) kg para o treinamento de Força Máxima (Teste), e um aumento de 72,2 (26,92%) kg para o treinamento de Força de Potência (Pós-teste). Enquanto que o aumento de Força para Membros Superiores (Teste de 1 RM – Supino Reto) foi de 7,7 (13,57%) kg para o treinamento de Força Máxima e um aumento de 9,7 (16,72%) para o ciclo de Força Explosiva. Como o desporto exige movimentos de alta intensidade, Monteiro et al (2008) salienta que a velocidade é também favorecida pelos altos índices da produtividade de Força, permitindo ao atleta realizar ações combinadas ofensivas e defensivas em alta cadência. Elevados níveis de Força Muscular parecem estar associados a melhores níveis de desempenho na competição de Kumitê, fato observado também por Rochel et al (2009), em atletas da Seleção Brasileira de Karatê, cujos vencedores dos combates propostos pela metodologia do referido estudo, apresentaram maiores valores de 1 RM especialmente para Membros Inferiores. TABELA 02. COMPORTAMENTO DAS VARIÁVEIS DE POTENCIA E CAPACIDADE ANAERÓBIA Pré-Teste Teste Pós-Teste Pico de Potência 12,93±1,05 12,70 ± 1,63 14,73 ± 1,59 % de Fadiga 49,45 ± 9,84 45,71 ± 9,43 45,69 ± 7,76 ¹FC Inicial 87,71±18,33 79,14±9,46 77,64±10,86 FC Final 183,57±9,29 179,21±7,57 178,85±9,86 FC Recuperação 5’ 125,57±14,97 128,85±13,40 121,85±13,33 ²PA Sistólica Inicial 110,36±15,27 120±14,14 111,42±10,27 ³PA Diastólica Inicial 60,79±8,44 75±10,52 70±8,45 PA Sistólica Final 149,21±10,58 140,71±19,79 137,14±16,37 PA Diastólica Final 61±7,10 60±11,95 62,85±5,89 PA Sistólica 5’ 115,29±13,71 130,78±18,08 123,57±11,50 PA Diastólica 5’ 59,21±7,3 60,71±8,83 60±3,77 Tabela 02: Dados estatísticos referentes ao comportamento das variáveis de Potência e Capacidade anaeróbia. ¹Frequência Cardíaca. ²Pressão Arterial Sistólica. ³ Pressão Arterial Diastólica. Ao avaliar as variáveis de Potência e Capacidade anaeróbia (Tabela 02), observou-se um relevante e importante aumento do Pico de Potencia, especialmente nos valores do Pós-teste, que podem estar diretamente associados à especificidade do treinamento de Força de Potência. Ainda que o Teste Wingate para Membros Inferiores não ê o padrão que mais se aproxima da realidade do desporto, mas indica claramente o ganho de potencia muscular. Porém, o Percentual de fadiga tem diminuído consideravelmente no decorrer do programa de treinamento de forca, revelando principalmente que o trabalho especifico de Potencia, acarreta uma espécie de adaptação fisiológica. TABELA 03. COMPORTAMENTO DAS VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL Pré-Teste Teste Pós-Teste Massa Corporal (kg) 64,99±10,38 67,07±10,02 66,43±10,13 Estatura (m) 1,69±0,08 1,69±0,08 1,69±0,08 Massa Magra (kg) 59,47±8,19 60,95±7,86 60,27±7,56 Massa Gorda (kg) 5,52±3,5 6,06±3,39 6,15±3,53 % de Gordura 8,12±4,4 8,70±4,14 8,80±4,27 RCQ 0,81±0,03 0,80±0,02 0,79±0,03 IMC 22,69±2,45 23,41±2,37 23,21±2,41 Tabela 03: Dados referentes à Massa Corporal (kg), Massa Magra (kg), Massa Gorda (kg), Percentual de Gordura, RCQ e IMC. A análise dos resultados apresentados pela Tabela 03 nos permite observar que a variável Massa Corporal, durante o período de treinamento de Força Máxima foi de 67,07±10,02 kg, diminuindo este índice no ciclo de treinamento de Força de Potência para 66,43±10,13 kg. Com relação à Estatura, os sujeitos da pesquisa apresentaram uma Média de 1,69±0,08 m. Um perfil relativamente menor, comparado a 1,76±6,77 m, no estudo de Monteiro et al (2008), com atletas de Kumitê da Seleção Nacional de Portugal. O presente estudo identificou um Índice de Massa Magra (MM) no Pré-Teste de 59,47±8,19 kg e um Índice de Massa Gorda (MG) de 5,52±3,5 kg, onde após o ciclo de treinamento de Força Máxima, esta variável sofreu um pequeno aumento para 60,95±7,86 kg para MM em conformidade com os valores de MG de 6,06±3,39. Porém, o período de treinamento de Força de Potência apresentou um decréscimo no Índice de MM de 60,27±7,56, e um constante aumento no Índice de MG de 6,15±3,53. O Percentual de Gordura foi estipulado em 8,12±4,4% no período de Adaptação/Resistência, 8,70±4,14% no ciclo de Força Máxima e 8,80±4,27% durante o programa de treinamento de Força de Potência. Este pequeno aumento estatístico, não é considerado um valor expressivo comparado ao estudo de Monteiro et al (2008), em que o Índice de MG foi de 9,50±1,79%. Rochel et al. (2009) discorre sobre a influência da variável antropométrica no que diz respeito a velocidade, uma vez que a menor espessura da dobra cutânea é uma característica antropométrica desejável, e assim, representaria uma massa corpórea mais leve para ser movida, o que permite uma velocidade de deslocamento positivamente expressiva. Relação Cintura-Quadril (RCQ) apresentou valores 0,81±0,03 no Pré-Teste, um valor relativamente próximo obtido ao 0,80±0,02 no Teste, e consideravelmente menor no Pós-Teste. 0,79±0,03, demonstrando que neste estudo, o Treinamento de Força de Potência causou alterações em seu índice. Índice de Massa Corporal (IMC) apresentou valores de 22,69±2,45 no Pré-Teste, 23,41±2,37 no Teste, e 23,21±2,41 Pós-Teste, correlacionado um comportamento semelhante ao da variável RCQ, nos ciclos de treinamento da Periodização proposta. Em comparativo da determinação da composição corporal do atleta universitário (ROSSI et al 2007), em relação aos mesmos de suas categorias em nível internacional, há indicação de que os brasileiros tendem a ter maior quantidade de massa magra, aspecto vantajoso, considerando as características de explosão e potência, exigidas pelo Karatê. TABELA 05. VARIAVEIS FISIOLÓGICAS DECORRENTES DE LUTA SIMULADA Pré-Teste Teste Pós-Teste FC Inicial 99,5±25,18 136,7±25,2 125,7±17,1 FC Final 189,5 ± 9,78 189,5±9,7 186,7±7,4 FC Recuperação 5’ 113,15 ± 6,33 113,8±6,3 109,7±12,3 Lactato Inicial 3,28±22,2 2,59±0,75 2,82±0,87 Lactato Final 9,45±2,47 9,97±2,45 7,87±2,65 PA Sistólica Inicial 122,86±9,94 126,42±12,15 109±13,84 PA Diastólica Inicial 78,21±5,41 78,57±8,64 69,28±10,71 PA Sistólica Final 148,21±12,95 150,71±13,28 140,71±24,32 PA Diastólica Final 72,50±9,56 67,14±8,25 65,71±9,37 PA Sistólica Recuperação 5’ 123,93±7,38 120,71±9,97 110,7±9,16 PA Diastólica Recuperação 5’ 73,21±7,99 67,85±9,74 65,71±8,51 *TT Inicial 33,69±1,17 34,5±1,00 35,06±1,26 *TT Final 34,48±1,56 33,38±1,67 34,81±1,17 *TT Recuperação 5’ 34,34±1,01 34,27±1,47 34,59±1,30 TABELA 05: Dados referentes às variáveis Fisiológicas decorrentes da luta simulada. *Temperatura Timpânica. Apesar de não ser computado no presente estudo a Avaliação Técnico / Tático das Lutas Simuladas, Beneke et al (2004) apud Rochel et al (2009), observou na seleção francesa, a ocorrência de aproximadamente 16,3 ações de alta intensidade por combate, com duração de 1 a 3 segundos cada uma, resultando em 3,4 ações de alta intensidade por minuto. Durante a prova de Kumitê, as decisões arbitrais ocasionam pequenos intervalos, ou seja, sem movimentação ou ações de luta, o que provoca uma proporção de atividade / intervalo de 2:1 (18 segundos de atividade para 9 segundos de parada). As características da prova de Kumitê observadas por Beneke et al (2004) podem explicar os elevados valores de FC ao final da Luta (Tabela 05). As altas intensidades do combate podem ser observadas pelos valores de FC final = 189,5 ± 9,78, assim como em estudo semelhante com a Seleção Nacional Italiana, Pierluigi et al (2009), onde os valores de FC máxima foram mensurados entre 174 e 187 bpm. A concentração de Lactato também nos revela o quão intenso se torna o evento de Kumitê, apresentando valores de Lactato Final de Final 9,45±2,47mmol. Porém, possivelmente moderados resultados de Lactato Final obtidos em nossa pesquisa, esteja associadas às ações de baixa intensidade decorrentes de deslocamentos à frente, laterais e mini saltitos de movimentação, em conjunto com a execução de técnicas ofensivas e defensivas de curta duração e alta intensidade (Nunan, 2006). O trabalho de Força de Potência parece estar associado à diminuição das concentrações de Lactato ao final da luta, especialmente observadas no Pós-teste. Houve uma diminuição de 1,58 mmol entre o Pré-Teste e o Pós-teste, ainda, uma concentração de 2,1 mmol entre os valores de Lactato Final mensurados no Teste e no Pós-teste. No entanto, a diminuição de Lactato final identificados no Pós-teste, poderia estar relacionada às condições Técnico / Tática, além da Proporção de atividade / intervalo, não avaliados no presente estudo. Mohammad et al. (2010) observou a alteração na concentração de Cortisol, durante a Competição Nacional Feminina Iraniana, onde constatou-se alterações significativas nos níveis de Cortisol ao longo da competição, onde os níveis pós competição diminuíram, apresentaram valores superiores aos de repouso. Retratando a resposta fisiológica do organismo, ao estresse da competição mesmo momentos após o evento, em especial, o Karatê. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O programa de Treinamento de Força de 10 semanas parece acarretar melhoras principalmente nos níveis de Força de Membros Inferiores, em relação aos Membros Superiores, possivelmente devido às especiais características das provas de Kumitê, que possui uma exigência em alta cadeia deste grupamento muscular, responsável tanto pela base da aplicação dos fundamentos técnicos da modalidade, como a intensa movimentação dos atletas decorrentes das ações da luta propriamente dita. Ao longo da periodização de proposta, podemos observar o comportamento das variáveis Antropométricas, onde foi possível constatar que o ganho de Força durante o ciclo de Força Máxima, não se deve em virtude do pequeno aumento de Massa Corporal e do índice de Massa Magra, e sim, por um ganho de estímulo neural, recrutando um maior numero de fibras musculares e de ação muscular especifica. Dado que se torna ainda mais concreto durante o período de Força de Potencia, onde a variável Massa Corporal teve uma diminuição, em conformidade com o índice de Massa Magra, porem, com aumento significativo de Força, obtido no teste de 1RM para Membros Inferiores, bem como no teste de Forcça\Velocidade (Wingate). Ainda que, o aumento da área da secção transversa, por sua vez, é um fator preponderante para o aumento da força máxima (AAGAARD et al., 2001 apud LAMAS et al 2007), fato não observado em nosso estudo, em que os atletas não obtiveram um aumento significativo dos Índices de Massa Magra. Os resultados observados neste estudo sugerem que o treinamento de Força, em especial o treinamento com características de Força de Potência, auxiliem no desempenho esportivo de atletas de Karate, na competição de Kumitê. Sugere-se ainda, futuros estudos que relacionem o desempenho Técnico / Tático e relações de Esforço / Pausa com o comportamento de variáveis Fisiológicas, a fim de determinar a real intensidade de esforço presente na competição de Kumitê. 7. REFERÊNCIAS AAEBERG, Everett. Conceitos e Técnicas para o Treinamento Resistido. 1° Edição Brasileira. Editora Manole. 2002. AIKW, Associação Independente de Karatê-Dô Wado Ryu. FPNK. 2000 BAR-OR, O. The Wingate anaerobic test – An update on methodology, reliability and validity. Sports Medicine, v. 4, p. 381-394, 1987. BOMPA, Tudor O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4° edição. São Paulo/SP. Editora Phorte, 2002. BOMPA, Tudor O. Treinamento Total para jovens campeões: programas comprovados de condicionamento para atletas de 6 a 12 anos. Editora Manole. 2002. BÖHME, M. T. S. Relações entre aptidão física, esporte e treinamento esportivo. R. Brás. Ci. E Mov. 2003. BORIN, João P. et al. 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Disponível em http://www.wkf.net acesso em 13/03/2010 ás 14:35. ANEXOS ANEXO 1 TREINAMENTO DE ADAPTAÇÃO/RESISTÊNCIA TABELA 06 – EXERCÍCIOS E SÉRIES DA PERIODIZAÇÃO DE ADAPTAÇÃO SERIE A Exercício Série Repetições Supino Reto 3 12 a 15 Rosca Direta 3 12 a 15 Leg Press 3 12 a 15 Tríceps – Cross Over 3 12 a 15 Agachamento 3 12 a 15 Remada Alta 3 12 a 15 SERIE B Exercício Série Repetições Supino Inclinado 3 12 a 15 Pulley frente 3 12 a 15 Agachamento a Fundo 3 12 a 15 Rosca Alternada 3 12 a 15 Desenvolvimento 3 12 a 15 Remada Sentada 3 12 a 15 QUADRO 3 – PERIODIZAÇÃO DE ADAPTAÇÃO/RESISTENCIA Tipo Treinamento Período do Treinamento Volume do Treinamento Intensidade do Treinamento Velocidade de execução Adaptação (Resistência Muscular) 4 semanas 3 Séries 40% de 1RM, Lenta 12 Exercícios Intervalo de 1 minuto. 12 a 15 repetições Pausa 45 seg. Este período foi caracterizado pela adaptação neuromuscular, em que pelo Sistema de Erro e Acerto, foi possível encontrar de forma aproximada e estatística, as cargas de treinamento de cada atleta. Onde seguiu-se: • 1° Semana (A,B,A,B): Erro e Acerto – 3 Séries X 12 a 15 Repetições; • 2° Semana (A,B,A,B): Erro e Acerto – 3 Séries X 12 a 15 Repetições; • 3° Semana (A,B,A,B): Erro e Acerto – Sistema Circuito - 1 Série X 12 a 15 Repetições de todos os exercícios estabelecidos; • 4° Semana (A,B,A,B): Erro e Acerto – Sistema Circuito - 1 Série X 12 a 15 Repetições de todos os exercícios estabelecidos. TREINAMENTO DE FORÇA MÁXIMA TABELA 07 – EXERCÍCIOS E SÉRIES DA PERIODIZAÇÃO DE FORÇA MÁXIMA SERIE A Exercício Série Repetições Supino Reto 3 10 Extensor 3 10 Rosca Scott 3 10 Flexora 3 10 Tríceps Testa 3 10 Desenvolvimento 3 10 Leg Press 3 10 Remada Sentada 3 10 Gemeos Burrinho - Panturrilha 4 10 Abdominal (infra) Prancha inclinada 4 20 SERIE B Exercício Série Repetições Supino Inclinado 3 10 Abdutor 3 10 Rosca Direta 3 10 Agachamento a Fundo 3 10 Tríceps - Cross Over 3 10 Agachamento 3 10 Crucifixo 3 10 Adutor 3 10 Agachamento Stiff 4 10 Abdominal (supra) Prancha inclinada 4 20 QUADRO 4 – PERIODIZAÇÃO FORÇA MÁXIMA Tipo Treinamento Período do Treinamento Volume do Treinamento Intensidade do Treinamento Velocidade de execução Força Máxima 5 semanas 3 a 6 Séries 80% a 100% de 1RM, Lenta 10 Exercícios Intervalo de 45 seg. 6 a 10 repetições Pausa 45 seg. O programa de treino consistiu na alternância das Séries (A e B), ou seja, cada dia/sessão, uma Série específica. Assim, segui-se este período/volume de treinamento: • 1° Semana (A,B,A,B): 80% do potencial máximo – 3 Séries X 10 Repetições; • 2° Semana (A,B,A,B): 80% do potencial máximo – 4 Séries X 8 Repetições; • 3° Semana (A,B,A,B): 90% do potencial máximo – 3 Séries X 8 Repetições; • 4° Semana (A,B,A,B): 100% do potencial máximo – 3 Séries X 6 Repetições; • 5° Semana (A,B,A,B): 50% do potencial máximo – 3 Séries X 6 Repetições; Os exercícios do período de Força de Adaptação / Resistência, em que os atletas realizaram a cerca de 40% do potencial máximo, foi duplicado durante o Período de Força Máxima, aliado ao percentual obtido no Teste de 1RM, para Supino Reto e Leg Press 45°. Após esta intensa carga de treinamento, na semana que antecedeu o período do Teste, houve uma diminuição dos percentuais máximos de treino, justamente para que houvesse um momento para a recuperação psicofisiológica dos atletas, para realização dos Testes Neuromusculares. TREINAMENTO DE FORÇA DE POTÊNCIA TABELA 08 – EXERCÍCIOS E SÉRIES DA PERIODIZAÇÃO DE FORÇA DE POTÊNCIA SERIE A Exercício Série Repetições Supino Reto 4 12 Leg Press 4 12 Tríceps Testa 4 12 Desenvolvimento 4 12 Abdominal (infra) Prancha inclinada 4 12 Agachamento a Fundo 4 12 Rosca Alternada 4 12 Pliometria 1 Específico Específico SERIE B Exercício Série Repetições Supino Inclinado 4 12 Agachamento 4 12 Rosca Direta 4 12 Remada Sentada 4 12 Crucifixo 4 12 Levantamento Olímpico 4 12 Abdominal (supra) Prancha inclinada 4 20 Pliometria 2 Específico Específico QUADRO 5 – PERIODIZAÇÃO FORÇA DE POTÊNCIA Tipo Treinamento Período do Treinamento Volume do Treinamento Intensidade do Treinamento Velocidade de execução Força de Potência 5 semanas 4 Séries 30% a 60% de 1RM, Rápida 8 a 12 Exercícios Intervalo de 2 minutos 12 repetições Pausa 2 minutos O programa de treinamento manteve o sistema de alternância das Séries (A e B), cujo trabalho específico de força e o trabalho Pliométrico, foram sempre dispostos em sessões separadas dos dias de treinamento técnico-tático da modalidade. Assim, realizou-se o seguinte período/volume de treinamento: • 1° Semana (A,B,A,B): 40% do potencial máximo – 4 Séries X 12 Repetições; • 2° Semana (A,B,A,B): 60% do potencial máximo – 4 Séries X 12 Repetições; • 3° Semana (A,B,A,B): 60% do potencial máximo – 4 Séries X 12 Repetições; • 4° Semana (A,B,A,B): 50% do potencial máximo – 4 Séries X 12 Repetições; • 5° Semana (A,B,A,B): 30% do potencial máximo – 4 Séries X 12 Repetições; O Trabalho Pliométrico foi distribuído no programa proposto, da seguinte forma: PLIOMETRIA 1 • 1° Semana: 40% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 9 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 74 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. • 2° Semana: 60% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 9 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 74 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. • 3° Semana: 60% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 9 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 74 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. • 4° Semana: 50% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 12 repetições, 2° série - 11 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 50 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade • 5° Semana: 30% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 7 repetições, 3° série – 6 repetições), com a altura dos Saltos de 50 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. PLIOMETRIA 2 • 1° Semana: 40% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 9 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 110 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. Além, do trabalho de Pliometria baixa, com sistema de sprints de 45 segundos, com 2 minutos de intervalo. • 2° Semana: 60% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 9 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 110 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. Além, do trabalho de Pliometria baixa, com sistema de sprints de 45 segundos, com 2 minutos de intervalo. • 3° Semana: 60% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 9 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 110 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. Além, do trabalho de Pliometria baixa, com sistema de sprints de 45 segundos, com 2 minutos de intervalo. • 4° Semana: 50% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 12 repetições, 2° série - 11 repetições, 3° série – 10 repetições), com a altura dos Saltos de 73 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. Além, do trabalho de Pliometria baixa, com sistema de sprints de 60 segundos, com 2 minutos de intervalo. • 5° Semana: 30% do potencial máximo – 3 Séries (1° série – 8 repetições, 2° série - 7 repetições, 3° série – 6 repetições), com a altura dos Saltos de 73 cm, seguidos da aplicação técnica da modalidade. Além, do trabalho de Pliometria baixa, com sistema de sprints de 45 seg com 2 minutos de intervalo.